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[1819]. Carta de autora não identificada para [Francisco Xavier de Lima].

ResumoCarta de resposta de uma apaixonada ao seu amado.
Autor(es) Anónima3
Destinatário(s) Francisco Xavier de Lima            
De S.l.
Para S.l.
Contexto

Francisco Xavier foi indiciado, juntamente com a sua mãe, Joaquina Maria, e com António Feliciano, num assalto à casa de João de Oliveira, guarda da cadeia da Corte, situada no pátio das Parreiras, em Lisboa, no dia 27 de dezembro de 1819. O réu foi acusado de furtar alguns bens, entre os quais uma farda do filho do guarda, que era soldado de infantaria em Peniche. Foram presos na madrugada de 28 para 29 daquele mês numa casa onde supostamente moravam, na travessa de S. Bartolomeu, cuja porta foi arrombada por um Oficial de Terreiro, Sebastião dos Paços, em presença de testemunhas, do Alcaide do Bairro do Castelo e de um escrivão. Nesta casa, foram apreendidas diversas roupas e bens, entre os quais se contava a referida farda, um livro intitulado 'Contos Arábicos' , outro intitulado 'Thezouro de Meninos' e uma caixa de pinho encarnada com fechadura sem chave, onde estavam vários papéis, anexados ao processo crime. Entre os objetos achados pelas autoridades, encontraram-se ainda materiais usados em assaltos, escondidos em diferentes partes da casa. O processo contém, para além de 8 cartas, entre as quais a CARDS0179, um desenho de 2 gazuas, de um martelo e de uma faca, uma listagem de moedas de vários países e uma relação do roubo de que tinha sido vítima João de Oliveira.

Maria Joaquina, na ausência de provas de ligação aos criminosos, foi libertada. Francisco Xavier, por seu turno, declarou-se inocente e solicitou ser solto por carta de 24 de janeiro de 1820, tendo sido ouvidas testemunhas abonatórias (moradoras na freguesia da Pena e da Encarnação, suas vizinhas), que confirmaram a sua boa conduta.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita nas duas primeiras faces, e com sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra F, Maço 11, Número 25, Caixa 26, Caderno [6]
Fólios [16]r-[17]v
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Liliana Romão Teles
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Frase s-4 pois eu sinto Munto os teos emcomodos A resPeito du q tu me Mandaste dizer na tua carta
Frase s-5 pois ella me servio de munto ALibio pa minha pena pois eu não poso istar sem pensar em ti pois conhese o quanto eu te istimo
Frase s-6 i não he por emtrese Algum
Frase s-7 eu se u istimo he so por amizade que lhe tenho
Frase s-8 pois pode Estar serto niso
Frase s-9 A mim Munto me ADemira Vmce ter medo da Criada
Frase s-10 se Vmce tem medo DelLa Antao não me iscreva nem continue a nosa amizade pois eu não sirvo Para paLito porq ella me dise q eu não me AdiAntase com Vmce
Frase s-11 Ce Vmce tem amores com ella Antão não me iscreva
Frase s-13 espero resposta Logo que esta reseba i sera a utima pa que não diga q Vmce fas Algun despendio comigo tudo emjustamente
Frase s-14 pois dahi Labo as minhas sem mais nada
Frase s-15 U q se quer he resposta

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