Palmella
1 de Agto 1824
Recebo a tua Carta de 27 de Julho
escrita do Limoeiro, q bem me
consternou e Azedou ao mmo tempo;
mal pensava eu, que
o Candido
do Gal e de Palmella, o armonico
Candido, o
Candido companheiro
dos meos eroticos, e saudozos trans
portes da
mocidade, mudasse de
indole, abandonando as bellas
illuzoes, que nessa
epoca nos
encantavão, pa se entregar á
fatuidade de
maniaco regenera
dor do genero humano. basta
es desgraçado, se a tua sorte
mu
dar deixo pa então as minhas
reprimendas. Eu tenho
am
dado
aos baldoes; acompanhei o
meo Regimto
á Ilha da Madra
vim de la pa consolar, e
consolar
me na compa de minha Mai
da perda de meo Pai; estou
ha
bitando em Palmella, cuidando
na minha lavoira, cerrando qto
posso
os ouvidos a qto o mundo
offerece de barulho: farei
qto puder por te
alliviar a
penuria em que te achas; te
nho, apezar da minha vida re
tirada, amizades poderosas, e
reprezentativas, se o teo livramto
depende de alguns passos, in
dicamos
pa os dar com fervor.
escreve-me, e dize-me por que
meio
te hei de
passar algum auxilio
pa te remires
amigo
Paz