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[1817]. Carta de Jacinto Júlio de Queirós Moura, estudante, para a sua amante, Josefa Viana de Campos.
Autor(es)
Jacinto Júlio de Queirós Moura
Destinatário(s)
Josefa Viana de Campos
Resumo
O autor mostra-se ressentido por insinuações que leu em carta da sua amada.
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Ma queridinha
V.
Recebo com prazer tuas letras q prezo, e amo como
di
ctadas pelo teo C vejo
igualmte o q me
dizes e
na alma sinto o fazeres de mim tão triste ideia
porem paciencia;
deves saber, q eu hontem te
occupava
prq
J.
M. orfão não me deo hontem
a mezada e o
Estude queria hontem
enfalivel
mte o
dro porem como não se arranjam hon
tem
e recebendo eu hoje a ma mezada ja
não percizava
do teo obzequio tanto assim q
ja te escrevia e na
Carta em q te dizia isto
mmo deves porem ficar certa
q
ma Mai me
tem aqui establecido hua mezada de
qua
tro moedas e não me da mais
prq cre, e cre
bem
q com ellas posso passar
decentemte pe
la leitura da tua collijo
que assentaste que
eu era na ma Patria hum
pobretão não sou
mto rico tenho porem para passar sem fa
vores, eu
bem sei q hum homem pobre não
faz figura, eu
contudo dezejo antes fazella
de honrado do q de
rico.
Ficote sumamte obrigado pela
lembrança
Do Lab porem
igualmte sinto não poder recebe
llo como
offerta tua prq
ma Mai sabe
per
feitamte
q com o dro da mezada
o não podia
comprar e por isso era me necessario mandar
lhe dizer que mo
tinhão dado; não duvido
q se eu pessoalmte a
podesse imformar de
qm tu eras ella com gosto receberia mas
como não
posso por isso remeto não me
esquecendo do mto
q me obzequiavas porem
como ja a alguns
corros lhe pedia
dro
pa
o comprar, e pa
pagar algns livros entre
ao
do entre a tua
q creio são quize mil
rs
logo que elle me chegue
prompte te satisfa
ço,
prq nunca foi tenção
ma levarte em
tal emprestimo; ficote
mto
obrgd pelo
A b
C eu pedi ao Caixro do
Miranda
q me
man
dasse fazer hum a Mezericordia com
q creio
q não tarde e pr isso
escuzas ficar obrigda a tua
Ama Tenho grande sentimto em me
apartar
da tua vista pr alguns dias
porem o Toscano
faloume hoje pa eu
hir manhã com elle
estar algs dias em
Cantanhede, eu verei
se lhe escapo manhã porem se
não poder
demorarmehei pouco tempo; dezejo
q neste entanto logres saude e
q
de
mim faças ideas mais
honradas.
Esta Carta foi feita hontem logo que
recebi a tua; agora acabo
de falar com
Manoel Maria e ja não vamos hoje mas ama
nhã
infalivelmte e
Ds queira q me não
seja
necessario hir mais longe como julgo hirei
e com demora de
baste tempo e talves dias...
Espero
q a ma
V. se não escandalizará pr lhe
remeter
o a b c
prq estou a espera de outro
e do
chale não só pr o q ja
dice mas mmo
minha Mai com as suas pobrezas inda
terá com
q compre outro, "certas ideias me atormentão;
"eu
penco q tu não hes pinga nem pobre
"mas
mto estragado" estas fataes palavras
q
na tua me dizias inda rezoão em meo
C
e sempre dellas me lembrarei sei
taobem
q
qm he pobre não fas figura, eu não pertendo
figurar em Coimbra não obste
deves saber q eu com
a
ma pobreza na ma
terra se quizer cazar tenho com qm
e não te
persuadas que eu quero cazar comtigo ele
vado das tuas riquezas mas sim
prq te amo
mto
comtudo a tua Carta que tenho lido
mtas vezes
abreme
os olhos e dame a
conhecer... não
te enganes tu ficando Viuva não faltara com
qm cazes milhor do q
comigo; eu hoje hirei
ahi a hum hora para me despedir se me
quizeres falar
estimalohei mto
ADs
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