PS1097
[1580-1600]. Carta de dona Filipa de Jesus de Portugal, freira, para Pablo de Mendonça, religioso.
Autor(es)
Filipa de Jesus de Portugal
Destinatário(s)
Pablo de Mendonça
Resumo
A autora pede a um religioso que interceda junto do rei (que "não deixe de meter muitas cunhas"), de modo que ela possa sair do seu desterro.
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Aa mũi ille snor
frei pblo de
medöça
mui illustre senhor
não me negara vosa merse que eu tenho sobejja
rezão de me aqueixar pois ha tãto tẽpo que não
vejjo letra sua que para min he ocasião de
me agastar muito quãto mais que tras cõsigo
este discudo ũa sircũstãçia mui minha que muito
me ocupa ho sẽtido que he cudar eu
ou arrecear que sejja isto per causa d algũa
pessoa que valha agora la mais que eu cõ vosa merse
se esta suspeita minha não he verdadeira
venhase vosa merse ãtes que acõtesa.
e porque cudo que vosa merce não pode tardar
jja muito não direi nesta muitas cousas que ca são pasadas
cõ ha vinda do geral porque de pessoa a pessoa se poderão
milhor dezer por serẽi mui miudas.
sov os meus negoçios quero agora
tratarhe e que de novo torno a pidir a vosa merse
por a paxão de cristo que não deixe de meter
muitas cunhas cõ sua majjestade para que ajja
misiricordia comigo pois en castigo tão
riguroso não se satisfas posto que tal
sejja e fica sẽdo ocasião de eu morrer
desterrada e cõ muita duvida de minha salvação
e do que vosa merse nisto entẽde me desẽgãne
e façame merse de me escrever largo que quãdo
me escreve pouco fico muito descõsolada
tãbẽi me parese que se esqueçe vosa merse
jja de simide por oudivelas pois meudo
fas merse de me mãdar carta ninhũa de
la. ora muitos agravos tenho quãdo vosa
merse vier que quezera deus sera muito sedo
tenho muito por que rrinhamos. aho senhor
migel de moura tenho iscrito cõmo vosa merse
sabe mas porque não ei visto reposta
não me atrevo a tornar a escrever
esas duas cartas me faça vosa merse merse
de me enviar a simide voso senhor
a ilustrisima pessoa de vosa merse defẽda cõmo
desejjo
bejja as mãos a vosa
merse
esta sẽi vẽtura desterada
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