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Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

1822. Carta assinada sob nome falso, Pedro Leal, para destinatário não identificado.

ResumoO autor ameaça o destinatário por ele ainda não ter entregado um dinheiro, exigido para livrar um preso da Cadeia do Limoeiro.
Autor(es) Anónimo48
Destinatário(s) Anónimo49            
De Portugal, Lisboa
Para S.l.
Contexto

As cartas deste conjunto seguem todas um padrão textual muito semelhante, se bem que não aparentem dever-se todas à mesma mão. Na sua maioria, foram enviadas a pessoas abastadas do Alentejo, principalmente de Mourão e Almodôvar. Surgem assinadas com diferentes nomes: João Leal (Lial), Pedro Leal (Lial), Lima (António José de Lima), Valério Máximo de Salles, tenente reformado, Marcolino José da Câmara, tenente reformado, Nicolau (Licolão) José, Doutor Nogueira e Manuel Mendes. A forma de extorsão que esta carta documenta (e outras mais de igual teor) representa uma prática que se tornou característica da cadeia do Limoeiro no primeiro quartel de Oitocentos e cuja amplitude em muito beneficiou da instabilidade política e social associada aos primeiros anos do Liberalismo e da ambiência generalizada de vulnerabilidade e suspeição.

Suporte meia folha de papel não dobrada escrita no rosto e verso do fólio.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 113, Número 9, Caixa 308, Caderno [2]
Fólios 45r-v
Transcrição Cristina Albino
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização Cristina Albino
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Texto: -


[1]
Esta serve de lhe pedir hum grande favor, que he de nos emprestar 30 moedas e de as mandar entregar no limoeiro na Prizão da salla fechada da Cidade ao prêzo Joze Joaquim de Moraes, desta forma - Chegando á grade e pruguntando por este nome e entregarlhe este dinheiro embrolhado em huma coisa q paressa huma emcomenda e q seja em Ouro ou em Papel, por via q os mais prezos não persebam o que he,
[2]
e antes disto que lhe prugunte ao Prezo entregando desta forma que tempo ha que elle escreveu a seu Irmão
[3]
elle ha de responder á mez e meio, e respondendo isto que lhe entregue, e menos disto que não entregue, que isto he para que não haja engano com outro prêzo
[4]
adevirto que dinheiro he pa este nosso amigo e camarada sahir
[5]
logo q o receba sai sôlto,
[6]
adevirto que este dinheiro ha de pagar dia 30 do Mez de S João,
[7]
adevirto que haja falta a esta entrega athe dia 25 deste Mez e não pode saber que temos mt donde lhe fazermos mt e conte q não sahirá mais vezes nem a sua famillia em carruagem nem em Traquitana do seu Pallacio que nos lhe seguiremos os paços
[8]
ou encontro porem nós esperamos que não haja falta quando não, não se queixe do que lhe acontecer
[9]
Nós não entreganus este propriamte porque sômos conhecidos
[10]
o q crêmos he segredo e q não seja precizo outro avizo
[11]
e qdo não o Diábo tomará toda a sua fama e quanto lhe pertence á sua e nossa conta
[12]
e conte q lhe deitaremos fôgo a tudo e á propria Vida
[13]
e assim he que não ficara Satesfeito, pois nós temos o Adajudatorio que nos he precizo
[14]
e assim não queira que nós rompamos n'este exceço que athe ao prezente temos guardado todo respeito
[15]
porem avendo falta fica o respeito perdido
[16]
e q seja entregue n'este dia
[17]
fica ditto
[18]
não preciza mais declaração, pois nós não faltamos a nóssa palávra tanto no que he bem como no que he mál, ou ainda mais alguma coisa,
[19]
e com isto athe dia 25 do Mez
[20]
de S João da Pedreira
[21]
22 de Maio de 1822 Eu e meus companheiros Pedro lial
[22]
Com isto bem pode V entender

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