Contexto | Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros. A presente denúncia integra-se num conjunto de missivas ora declaradamente dirigidas ao então reitor do colégio jesuíta de S. Miguel, ora escritas pelo ministro do Santo Ofício em Ponta Delgada, Luís Tavares, na impossibilidade de o delatante o fazer. Todas as cartas se reportam a casos decorridos naquela ilha, tendo sido produzidas em 1716. Este conjunto constituía, na verdade, o resultado das determinações emanadas a 11 de agosto da Inquisição de Lisboa para o referido ministro, que, por seu turno, remeteu este conjunto, fruto das suas indagações, à Inquisição de Lisboa em novembro de 1716. |