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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | O autor fala ao cunhado de negócios e de uma situação passada com uma irmã. |
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Autor(es) | Francisco Alves Correia |
Destinatário(s) | Manuel Nunes de Brito |
De | América, Brasil, Bahia, Rio de Contas |
Para | S.l. |
Contexto | Este processo diz respeito a Domingos Luís Leme, de 35 anos, cristão-velho, lavrador, natural do Rio de Janeiro, filho de Francisco Luís Leme, também lavrador, e de Ana Gerdenha. Casado com Isabel Bicuda, voltou a casar com Maria Morais de Madureira. Em junho de 1731, foi sentenciado a sair em auto da fé, a abjuração de levi suspeito na fé, a ser açoutado pelas ruas públicas de Lisboa, degredado por cinco anos para as galés, instruído na fé católica e a mais penas e penitências espirituais. A sua mulher Isabel Bicuda era filha de João Bicudo Correia, irmã de Manuel Bicudo Correia e sobrinha de Francisco Alves Correia, Manuel Nunes Brito e Maria Moreira. Todas estas pessoas escreveram cartas porque pensaram que o réu, para poder casar-se uma segunda vez, fora a Minas Gerais com a intenção de matar a sua primeira mulher. Estas cartas foram apresentadas à mesa da Inquisição de Lisboa por João Bicudo Correia, pai da vítima. Segundo consta do processo, o réu teria a intenção de matar a mulher, mas, demovido pelo mestre de campo Manuel Nunes Viano, que o avisou de que se o fizesse iria correr mais perigos, voltou à sua terra e começou a dizer por lá que a primeira mulher estava morta. Isabel Bicuda, que soube da intenção do marido, fugiu, tendo sido vista por João de Sousa Cabral a vender produtos sob a proteção do capitão-mor José Elias, na Bahia. Por outro lado, outras pessoas alegavam que Isabel Bicuda tinha fugido com outro homem e, indo o marido atrás dela para a trazer de volta, a tinha encontrado morta, tendo sido assassinada por um dos tios da mesma. Esta seria, provavelmente, a versão difundida pelo réu. De facto, em depoimento em Lisboa, a 16 de junho de 1725, este contou o que, segundo ele, se passara. Dezasseis ou dezassete anos antes, estando ele solteiro e morando em São Paulo, havia casado com Isabel Bicuda, viúva de Francisco Nunes. Estiveram casados dois anos e não tiveram filhos. Depois, ele teve de ir a Minas Gerais e levou-a consigo, mas deixou-a entretanto em casa de um cunhado dela, já que precisou de voltar à Vila de Bom Sucesso para pedir a bênção de seu pai, que estava a morrer. Quando regressou a Minas Gerais para a ir buscar, ela havia fugido com outro homem. Depois de a procurar durante dois anos pelos Currais da Bahia e de Pernambuco, sempre sem ter notícias, resolveu refazer a sua vida e tratar das suas terras. Passados doze anos, começou a viver com Maria Morais de Madureira, viúva de Miguel Rodrigues, mas os parentes desta obrigaram-nos a casar. Segundo ele, ameaçaram ambos de morte, caso não o fizessem. O réu alegou também terem sido os pais de Maria Morais de Madureira a arranjar as testemunhas para provar que a sua primeira mulher estava morta, bem como a pagar ao visitador para dar licença para o casamento. Assim, em 1720, casou com a segunda mulher, com a qual viria a ter dois filhos e uma filha. Confessou ainda que tentou encontrar a primeira mulher para a matar e repor a sua honra, levando consigo apenas dois negros. Considerava isso justo, por ela o ter trocado por outro homem. |
Suporte | meia folha de papel de carta escrita apenas no rosto. |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Inquisição de Lisboa |
Fundo | Processos |
Cota arquivística | Processo 2645, Caderno 1 |
Fólios | [24a]r |
Socio-Historical Keywords | Maria Teresa Oliveira |
Transcrição | Leonor Tavares |
Revisão principal | Catarina Carvalheiro |
Contextualização | Leonor Tavares |
Modernização | Raïssa Gillier |
Data da transcrição | 2015 |
sio
terra
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