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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1780. Carta de Domingos Ferreira, soldado e comerciante, para os pais, Domingos Ferreira e Maria de Sousa.

ResumoO autor escreve aos pais para dizer que não tinha estado bem de saúde e, por isso, já tinha gastado algum dinheiro; refere a troca de correspondência com alguns dos seus irmãos, nomeadamente com José, que também vivia no Brasil, e descreve uma visita que lhe fez, elogiando a sua vida e a mulher com quem tinha casado.
Autor(es) Domingos Ferreira
Destinatário(s) Domingos Ferreira            
De América, Brasil, Minas Gerais, Vila Rica
Para Portugal, Porto, Paços de Ferreira
Contexto

Este é um processo de apresentação de uma petição para o inventário de bens feita por Maria de Sousa, devido ao falecimento do seu marido, Domingos Ferreira, ambos destinatários da carta aqui transcrita. Domingos Ferreira faleceu a 14 de dezembro de 1780 e, como não tinha testamento, teve de ser levantado o inventário dos seus bens e também dos seus herdeiros. Tiveram de ser verificadas as identidades e moradas dos seus nove filhos, só podendo ser herdeiro o filho considerado presente com morada certificada, o que tornou a inventariação mais morosa e volumosa. A carta é anexada ao processo de inventário como prova de morada certa de um filho, homónimo do pai, que vivia no Brasil. No fólio 78r, diz assim o processo: "[...] para se fazer inventário por morte do dito seu marido e [para] ofício em atenção a dois filhos seus chamados Domingos e José maiores de trinta anos ausentes nos estados da América há muitos anos. [...] e nesses respetivos lugares estão moradores e de lá estão escrevendo continuamente como se mostra da carta junta escrita e feita pelo próprio punho, e letra do filho Domingos Ferreira, que se deve mostrar às testemunhas para a reconhecerem e é notório o estarem os suplicados nos referidos domicílios e nesses termos não se julgam ausentes" (grafia atualizada e abreviaturas expandidas). Depois de declarados os bens e valores por parte da viúva, o processo terminou em 1784 com a distribuição da herança pelos filhos, consoante a sua necessidade, tendo ficado o autor da carta com 45.000 réis.

Suporte uma folha de papel escrita em todas as faces.
Arquivo Arquivo Distrital do Porto
Repository Judiciais
Fundo Tribunal da Comarca de Paredes
Cota arquivística I/94/4 ‒ 2261
Fólios 79r-80r
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2014

Page 79r > 79v

Vila Rica 18 de de 1780

Snr Pai e Snra Mai estimarei que estas duas regras achem a Vmces com aquela saude que eu pa mim dezejo que a ma ao prezentte he boa seja Ds Lovado pa sempre eu tanho tido mtos emfertunos por cauza de mulestias que gastei em hua duença aRiba de duzentos mil reis mas asim sempre Ds ajuda vamos vivendo e ttambem me ttaem costado mto a livar de soldado pois tanho andado por varias Teras mto longe e fui daar a Comarca de sero frio donde proguntei por meu Irmão o qual ofui dar com ele na fregezia de S Gonçalo o qual me estimo mto como tambem ma Conhada estive em caza, delle hu mes elle e ma Conhada querião q eu estivese com elles purem eu per conta dos meus negoçios não podia aseittar o partido porque meu negoçio he todo em Vila Rica e como toda a peçoa que quer viver com honrra deve dar conta de si pode Vmce saber que quem anda com dinheiros alheios he preçizô ter comrespondençia pois eu anda tanho algum mas Não poço negoneçiar so com o meu pois he precizo valerçe a gente dos Amigos tambem me taem costado mto a escapar de hum cazamto que era hua viva donde me corei da ma duença era de mtos cabedais mas tinha tres Filhos e hua filha e asim não me fazia conta algua se ela fora



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