Representação em facsímile
1760. Carta de Manuel Borges Pimentel, arrieiro de tropa, para seu pai, Eugénio Pimentel, capitão.
Autor(es)
Manuel Borges Pimentel
Destinatário(s)
Eugénio Pimentel
Resumo
O autor, lamentando-se da sua sina e de estar distante dos pais, implora pelas suas bênçãos e prepara-os para a receção de notícias menos afortunadas; descreve diversas peripécias por que passou desde que chegou ao Brasil, confessa ter desobedecido às ordens do pai e anuncia ter casado em Goiás.
Me satisfes o meu
trabalho porque foi pa a igerja
e meteme por seu
sancristão que ganhava
sincuenta outavas de ouro a outava a doze
tostois
por annó e davame de comer e asistia
com elle e continuiei com os meus
estudos
que elle me emcinava de
grasá já sabia cone
vir Bem como he dodo pois ja podia tomar or-
dens e
queriame o Pe como que se Eu fose seu
filhó emte
me emprestava patrimonio pa
Eu me ordenar tem este
dito Pe cá em quaza
bastantes
parentes como he paullista e por ca
não faltão e a forsa fazem cazar, Eu
como
senper fui hum doidó e não me
sube aporvei
tar na compa de
vmce quis Ds o Diabo que
por
cá fizese pior mais cada hum pa o que
nase
tive emtrada em caza de hums parentes do
tal
Pe e tinhão hum filha e apanharam me
a
consversar com ella onestamte
se como são
jentes que tem e são Riquos e briozos pegão Em
mim e metemme na
cadeia e não ouve pidi
torios que me deixhaxem e estive na cadeia
7 mezes emte que dise que cazaria e da ca
deia fui
pa a igreja aReseber a mosa e es
tou
cazadó em guiazes A mosa hé mto nober
mto onrrada bom sangue e Riqua os pais
o mesmó
deram me dois negros e duas negras e 4
sentas
outavas em ouro e huma cazas em
que moro de telha asim ubrigamme agora
os
fiadores aos benhos que os mande
buscar
e como só vmce he que pode andar com eses