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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1672. Carta de Barbosa, criado de Duarte Ribeiro de Macedo, para Manuel da Silva Pereira.

ResumoO autor escreve a Manuel da Silva Pereira sobre a desavença que tiveram e mostra-se muito zangado com ele.
Autor(es) Barbosa
Destinatário(s) Manuel da Silva Pereira            
De França, La Rochelle
Para França, Paris
Contexto

Manuel da Silva Pereira, que viria a ser sogro de Francisco de Melo e Castro, nasceu no Cadaval, freguesia de Nossa Senhora da Conceição, onde foi batizado. Era filho de João Gomes da Silva, mercador de panos que andava pelas feiras, e neto de jornaleiros. O pai tinha nascido em S. Miguel de Genezes, termo de Barcelos, fruto da união de Francisco Alvares, criado, e Maria Gomes, caseira do abade da freguesia, que era oriundo do Cadaval e a tinha daí trazido para que ela continuasse ao seu serviço. Ainda moço, João decidiu tentar a sorte na terra da mãe, onde veio a distinguir-se pela sua participação na administração municipal e na irmandade do Santíssimo Sacramento. A sua vida de feirante permitiu-lhe conhecer a mulher, Isabel, nascida no Bombarral, termo da vila de Óbidos. Dos dois filhos do casal, um, também de nome João, permaneceu na terra, mas o outro, Manuel da Silva Pereira, foi para Lisboa ainda adolescente. Terá sido aí que se tornou protegido do magistrado Duarte Ribeiro de Macedo. Sabia ler e escrever e mostrava-se “capaz de poder ser encarregado de negócios de importância e engenho”, embora não tivesse qualquer grau académico. Seria assim o seu fiel secretário, acompanhando-o nas suas missões diplomáticas em Paris (1668-76), Madrid (1677-79) e Turim (1680). Após a morte do diplomata, de quem foi herdeiro, seria nomeado Guarda-mor do Consulado da Casa da Índia. Cerca de 1685, quando residia na casa da Rua Formosa, freguesia das Mercês, casou com uma vizinha, Michaella Antónia da Silva, muito mais jovem e descendente de funcionários públicos em Portugal e em Espanha. Em 1693, requereu ao Tribunal do Santo Ofício que se fizessem diligências sobre a sua “limpeza de sangue e geração”, bom como da de sua mulher, pois queria candidatar-se ao cargo de Familiar do Santo Oficio. Neste processo de habilitações diz-se que o casal não tinha filhos. Assim, só depois disso terão tido uma menina, D. Maria Joaquina Xavier da Silva. Seria esta filha a estabelecer a ligação de Manuel da Silva Pereira à família Melo e Castro: Maria Joaquina viria a casar com Francisco de Melo e Castro, filho ilegítimo de André de Melo e Castro, 4º Conde das Galveias. Da sua união nasceram depois Manuel Bernardo de Melo e Castro, 1º Visconde da Lourinhã, e Martinho de Melo e Castro, diplomata, ministro e reformador da armada portuguesa no reinado de D. Maria I.

Fontes:

Faria, Ana Maria Homem Leal de. 2005. Duarte Ribeiro de Macedo, um Diplomata Moderno (1618 – 1680). Dissertação de Doutoramento. Universidade de Lisboa.

Faria, Ana Maria Homem Leal de. 2008. Arquitectos da Paz: A Diplomacia Portuguesa de 1640 a 1815, Lisboa, Tribuna da História.

Schedel, Madalena Serrão Franco. 2010. Guerra na Europa e interesses de Portugal: as colónias e o comércio ultramarino. A acção política e diplomática de D. João de Melo e Castro, V Conde das Galveias (1792 -1814). Tese de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita no rosto e verso
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Arquivos de Família
Fundo Casa dos Condes de Galveias
Cota arquivística Maço 5
Transcrição Ana Guilherme
Revisão principal Rita Marquilhas
Modernização Fernanda Pratas
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2009

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[1]

Não ha q perguntar se Vm passa bem pois Vm

[2]
Sem o pezo da minha prezença queira Deos conser
[3]
varlhe
[4]
mta Saude em pago de tanto bem como
[5]
me procurou, e espero me continua quanto ao q Vm me diz de Macedo eu sonho
[6]
tanto nelle como elle pode fazer em mim
[7]
se fez queixar de mim a meu amo, tarde
[8]
ou cedo se conhecerá o como eu costumo obrar
[9]
nas auzencias ainda de meus inimigos em
[10]
nada me poderá achar seu semelhante
[11]
e esteja Vm seguro q não são as agoas que
[12]
me fazem terror pa mal obrar pois he certo
[13]
q Deos permitisse castigarme em terra e
[14]
em todo o lugar o pode fazer, e quando o faça
[15]
não ha de ser plas auzencias q eu posso fazer
[16]
delle ou de qualquer outra pessoa se guardei
[17]
o seu escrito foi sem pensar isto se prova por
[18]
q
[19]
no mesmo tempo q me escreveo eramos como
[20]
sou seu amigo , e acazo disse q se o escrito q elle
[21]
me escreveo o tivera elle semelhante meu
[22]
procurara fazerme mais mal do q eu lhe
[23]
avia de fazer mas he certo q o tempo lhe tem

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