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Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

1820. Cópia de carta não assinada, atribuída a um salteador mas escrita no feminino, enviada a Ana Joaquina, lavradora.

Autor(es)

António Maria Vidal      

Destinatário(s)

Ana Joaquina                        

Resumo

O autor ameaça Ana Joaquina de represálias violentas caso ela não retire uma queixa.

Texto: -


[1]
Senhora Anna Joaquina
[2]
Senhora. Eu como Mulher que sou, e percebendo a conversa que tiverão trez homens o da minha porta em a grande desgraça em que seu Marido está a cahir, e mais Vossa Mer, que qualquer dia é não o posso descobrir a respeito do Dezertor que foi prêzo no Algarve que foi prezo injustamente, porque nem valéo de nada, nem nunca o ha de saber,
[3]
e a denuncia do Ourives, foi por vingar delle,
[4]
e ponhase prompta para receber tão boa vezita que sei que lhe fazem, quer esteja no Monte, quer esteja na Villa, que sei se lhe chegão o Monte, que tudo quanto agarrão, e agarram, tudo morre,
[5]
cuide muito depressa em hir dar o perdão ao homem muito depressa porque não lhe fez mal,
[6]
e querendo com isto tudo quanto fôr seu será sagrado, e mais Vossa Mercê nunca terá prejuizo, nem seu Marido
[7]
poderá passear por toda a parte, estando o perdão dado.
[8]
Eu sou obrigada a hir a sua Caza debaixo de segredo declarar-lhe quem erão os homens, que estavão com esta conversa debaixo de segredo, e então saberá quem eu sou.
[9]
Cuide nisto muito breve.
[10]
Hoje treze de Novembro de mil oitocentos e vinte

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