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Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

1817. Cópia de carta de Francisco Quintino da Cruz, mestre de iate, para Manuel Antunes, negociante.

Autor(es)

Francisco Quintino da Cruz      

Destinatário(s)

Manuel Antunes                        

Resumo

O autor suplica ao destinatário que tome o seu partido e o ajude a enfrentar a fúria do patrão. Confidencia intenções de suicídio e promete cooperar na compensação dos prejuízos que causou nos negócios do destinatário e do patrão.

Texto: -


[1]
Bordo onze de Fevereiro mil outtocenttos e dezassette Senhor Manoel Antunes
[2]
Quando vossa Merçe me apareçeu com o Pattram fiquei satisfeitto
[3]
fiquei de alguma De alguma forma consullado porque enconttrei em ambos o que he proprio das suas nobres almas
[4]
veio segunda ves o Pattram e me deixou ahinda descançado
[5]
porem hoje onze do correntte que veio terçeira ves me deixou nas maiores angusttias de aflição que nem pude jantar
[6]
tudo aborreço
[7]
nem gosto que me fallem
[8]
e andando a passear com a mi Com a minha afliçam sobre a cobertta destte Hiatte tenho tido impettos de atirar commigo ao mar para nam sofrer maiores tormenttos de afliçoens
[9]
porem a reflexam de dois inoçenttes filhos me acordaram que escrevesse ao Pattram e tambem a vossa Merçe para que nam faça atear o fogo que tenta queimarme
[10]
anttes sim na prezenca Na prezença do Pattram faça de bom Padrinho para que com tranquellidade vamos a tratar de recuperar os perjuizos
[11]
Vossa merçe nada enteressa em concorrer para perder hum Paỹ de famillias dezemparadas e innoçenttes
[12]
he proprio das almas nobres valler aos aflittos
[13]
se o Pattram esttes primeiros lançes Lances da sua paixão me perder depois nam puderá vallerme
[14]
e nem ficarei capas enttam de ser bom para mim nem para outtros
[15]
Vossa merçe ja foi e he ahinda tambem meu Pattram
[16]
eu sempre a vossa Merçe dei boas conttas
[17]
nada mais lhe digo senam que se compadeça de mim que faça com que vamos tentar Tentar huma viagem para recuperar o perdido
[18]
e eu farei tudo que vossas Merçes me ensinarem
[19]
e nisto deve vossa Merçe enttenderme que eu posso fazer tudo com belleza
[20]
e vossa Merçe he Paỹ e tem filhos
[21]
e nada entteressa com a minha perdiçam
[22]
e os afllittos he que perçizam socorro que he quantto lhe pede
[23]
Seu Amigo aflitissimo Aflitissimo F Q da C

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