Contexto | Em 1812, o padre secular Matias Luís da Silva, de idade avançada e padecendo de doenças do foro respiratório, fez o seu testamento. Era dono de inúmeras propriedades na zona do lugar de Sirol, na Ribaldeira, termo de Torres Vedras. O também padre secular António Joaquim dos Reis, da mesma comarca, apresentou-se como legítimo herdeiro dos bens de Matias Luís da Silva após a sua morte. Félix Ferreira da Silva, irmão do defunto, contestou o testamento. Mais tarde, após a morte de Félix Ferreira da Silva, a sua viúva, Teresa de Jesus, e seus filhos, deram continuação ao processo judicial que se arrastou por cerca de 15 anos. O padre António Joaquim dos Reis foi preso na Cadeia da Corte por falsificação do testamento. Em sua defesa apresentou como prova da veracidade do testamento, um outro testamento, assinado pelo padre Luís da Silva Matias, e a carta transcrita, em que o falecido dizia ser sua intenção deixar-lhe a maior parte dos seus bens. A carta, embora tivesse sido apresentada como prova de que o padre Luís da Silva Matias beneficiava o réu, foi considerada prova manifesta das contínuas pressões do réu. Na sequência de exame judicial, determinou-se que os documentos eram falsos e que o réu pretendia ficar com uma herança que não lhe pertencia. Por fim, António Joaquim dos Reis conseguiu ser solto sob fiança. |