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Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

[1821]. Carta assinada sob nome falso, Lima, para destinatário não identificado.

ResumoUm preso escreve uma carta com instruções para um destinatário desconhecido.
Autor(es) Anónimo52
Destinatário(s) Anónimo53            
De S.l.
Para S.l.
Contexto

As cartas deste conjunto seguem todas um padrão textual muito semelhante, se bem que não aparentem dever-se todas à mesma mão. Na sua maioria, foram enviadas a pessoas abastadas do Alentejo, principalmente de Mourão e Almodôvar. Surgem assinadas com diferentes nomes: João Leal (Lial), Pedro Leal (Lial), Lima (António José de Lima), Valério Máximo de Salles, tenente reformado, Marcolino José da Câmara, tenente reformado, Nicolau (Licolão) José, Doutor Nogueira e Manuel Mendes. A forma de extorsão que esta carta documenta (e outras mais de igual teor) representa uma prática que se tornou característica da cadeia do Limoeiro no primeiro quartel de Oitocentos e cuja amplitude em muito beneficiou da instabilidade política e social associada aos primeiros anos do Liberalismo e da ambiência generalizada de vulnerabilidade e suspeição.

Suporte meia folha de papel dobrado escrita em todas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 113, Número 9, Caixa 308, Caderno [2]
Fólios 9r-10v
Transcrição Cristina Albino
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização Cristina Albino
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Texto: -


[1]
Snr
[2]
Resebi a sua e vejo o qto me dis
[3]
eu he Verde q estou no calaboço pela mesma fuga porem não estou porebido de falar a qm me vier fala
[4]
he Verde q he persizo pa isso leçemça do cabo da gale porem não tenho otro motivo porq se eu sahise fora ja teria feito ma Vomtade-
[5]
eu qdo se tratou da fuga fui o ultimo q o sube sem embargo q a muito tempo q tinha notisia pelo Simão q isto estava a fazerçe
[6]
porem não o sube senão na tarde da note q acomtiseu
[7]
i como ele me tinha dito o q emtemcionado fazer eu lembreme q eles com tixem a leberde si exqueceriam do emtemtado
[8]
porem depois de estarmos todos q ficaram sem poder fugir sube o comtrario porq mandaram a hum dos q ficou pedirlhe duas cazizas e hum sapatos i o bilhete seguemte - Nota bem Domingos simto não estares em noça compa
[9]
porem tem esperança q nos trabalheremos pa obtermos a tua Leberdade
[10]
i nos não sahimos desta terra sem a noca parte ficar em se não nos perseguir mais tamto ele como o velhaco do irmom i sem te levarmos em noça compa e aDs
[11]
teu amo Simão
[12]
[13]
este foi o bilhete q lhe mandaram a hum q por alcunha se xama Palheireiro q sempre tem sido seu companheiro
[14]
e por isso e por as rezoem q Vmce Vira no bilhete emcluzo he rizom por q eu avizo a Vmce porq he mais facil Ds dexar de ser deos do q eu premdelos a matar algum deles pois eu aimda he de ter Liberdade
[15]
agora Vmce mande emtregar ese bilhete
[16]
porem q seja pesoa q não cauze descomfiança pois a peçoa pa qm vai não he tola
[17]
e he persizo q qm a livar tambem u não seja pois eu mandei otra a otra parte pa ver ambas repostas se comdizem
[18]
eu não sei se amigo do Simão conhe a Vmce porem eu pa esta deligemcia darei risco
[19]
i Vmce do q acomtecer avizeme i vejaó por hum Gda chamado olevra porem milhor sera Vmce obterme o falarme
[20]
Seu Vr Lima

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