Contexto | No verso do fólio encontra-se a seguinte nota: "as pessoas que delataram são sabidas porque se andaram gabando que o haviam de fazer em ordem a se vingarem e chamaram feitiçeiros e feitiçeiras para lhe rezarem os feitiços que dizem ter, e se presume que é fingimento pelas circunstâncias que tem havido" (a grafia está normalizada e as abreviaturas foram desenvolvidas). Segundo informações contidas neste caderno do promotor, Catarina Fróis, a sua filha Teresa Fróis e a sua tia Isabel Nunes foram acusadas de feitiçaria, e uma delas poderá ter escrito a carta aqui transcrita. Foram acusadas de curar com palavras e de realizar feitiços e previsões por meio de rezas e orações, mas a maior acusação recaiu sobre Teresa Fróis. Esta foi acusada de ter um pacto com o demónio, e de falar com os finados para obter informações. A denúncia partiu de Bernardo Soares, que acusou Teresa Fróis de realizar feitiços à sua prima, que a tinha substituído como criada do denunciante. Por vários testemunhos, chegou-se à conclusão de que existiam provas para incriminar Teresa Fróis, e o Tribunal do Santo Oficío decidiu proceder aos exames "na forma do regimento e estilo do Santo Oficío" (fólio 201). |