PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

1678. Carta de Henrique Carvalho de Sousa para Manuel da Silva Pereira.

ResumoO autor conta que enviou leite e caixas de laranjas, e diz que espera satisfazer mais encomendas em breve.
Autor(es) Henrique Carvalho de Sousa
Destinatário(s) Manuel da Silva Pereira            
De Portugal, Lisboa
Para S.l.
Contexto

Manuel da Silva Pereira, que viria a ser sogro de Francisco de Melo e Castro, nasceu no Cadaval, freguesia de Nossa Senhora da Conceição, onde foi batizado. Era filho de João Gomes da Silva, mercador de panos que andava pelas feiras, e neto de jornaleiros. O pai tinha nascido em S. Miguel de Genezes, termo de Barcelos, fruto da união de Francisco Alvares, criado, e Maria Gomes, caseira do abade da freguesia, que era oriundo do Cadaval e a tinha daí trazido para que ela continuasse ao seu serviço. Ainda moço, João decidiu tentar a sorte na terra da mãe, onde veio a distinguir-se pela sua participação na administração municipal e na irmandade do Santíssimo Sacramento. A sua vida de feirante permitiu-lhe conhecer a mulher, Isabel, nascida no Bombarral, termo da vila de Óbidos. Dos dois filhos do casal, um, também de nome João, permaneceu na terra, mas o outro, Manuel da Silva Pereira, foi para Lisboa ainda adolescente. Terá sido aí que se tornou protegido do magistrado Duarte Ribeiro de Macedo. Sabia ler e escrever e mostrava-se “capaz de poder ser encarregado de negócios de importância e engenho”, embora não tivesse qualquer grau académico. Seria assim o seu fiel secretário, acompanhando-o nas suas missões diplomáticas em Paris (1668-76), Madrid (1677-79) e Turim (1680). Após a morte do diplomata, de quem foi herdeiro, seria nomeado Guarda-mor do Consulado da Casa da Índia. Cerca de 1685, quando residia na casa da Rua Formosa, freguesia das Mercês, casou com uma vizinha, Michaella Antónia da Silva, muito mais jovem e descendente de funcionários públicos em Portugal e em Espanha. Em 1693, requereu ao Tribunal do Santo Ofício que se fizessem diligências sobre a sua “limpeza de sangue e geração”, bom como da de sua mulher, pois queria candidatar-se ao cargo de Familiar do Santo Oficio. Neste processo de habilitações diz-se que o casal não tinha filhos. Assim, só depois disso terão tido uma menina, D. Maria Joaquina Xavier da Silva. Seria esta filha a estabelecer a ligação de Manuel da Silva Pereira à família Melo e Castro: Maria Joaquina viria a casar com Francisco de Melo e Castro, filho ilegítimo de André de Melo e Castro, 4º Conde das Galveias. Da sua união nasceram depois Manuel Bernardo de Melo e Castro, 1º Visconde da Lourinhã, e Martinho de Melo e Castro, diplomata, ministro e reformador da armada portuguesa no reinado de D. Maria I.

Fontes:

Faria, Ana Maria Homem Leal de. 2005. Duarte Ribeiro de Macedo, um Diplomata Moderno (1618 – 1680). Dissertação de Doutoramento. Universidade de Lisboa.

Faria, Ana Maria Homem Leal de. 2008. Arquitectos da Paz: A Diplomacia Portuguesa de 1640 a 1815, Lisboa, Tribuna da História.

Schedel, Madalena Serrão Franco. 2010. Guerra na Europa e interesses de Portugal: as colónias e o comércio ultramarino. A acção política e diplomática de D. João de Melo e Castro, V Conde das Galveias (1792 -1814). Tese de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Suporte meia folha de papel não dobrada escrita no rosto
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Arquivos de Família
Fundo Casa dos Condes de Galveias
Cota arquivística Maço 5
Transcrição Ana Guilherme
Revisão principal Rita Marquilhas
Modernização Fernanda Pratas
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2009

Texto: -


[1]
Antem ontem me derão a Carta de Vm Escrita á mais de dous mezes, e ma mandou Rolam de Clos,
[2]
esta dilação foi a causa de não Responder Logo a ella, e queixarme mto da Licença q Vm me pede, quando esperava q Vm tiveveçe entendido como eu o dezejo servir,
[3]
e nenhũa couza estima-ria tanto, Como as ocaziões q Vm me deçe de o po-der fazer,
[4]
e asim fico esperando q Vm me mande os papeis pa por Logo em ezxecução o despacho
[5]
O portador Leva o Leito, e Caixas de La-ranjas q por o avizo do sor Duarte Ribro me- chegar tão tarde não puderão hir as melhores q ouverão na quinta;
[6]
mas pa o anno me emmendarei.
[7]
o preço do Leito não ajustei ainda porq tendo mandado chamar Mel Coelho es-tes dias em nenhum apareceo,
[8]
em o ajustan-do lhe pagarei e avizarei a Vm pa q me satisfazendo emComendas,
[9]
se achar soltas todas as de D Anto Solis, e as de D Anto de Mca me fará o favor mandarmas,
[10]
e se sahir no- tempo q Vm asistir nessa Corte, algũa mais q seja boa ma pode Remeter tambem e a memoria, se he q ja está feita,
[11]
e terme mto na sua pa me dar mtas ocaziões de o servir
[12]
Ds gde a Vm
[13]
Lxa 5 de Mayo de 1678
[14]
Henrique de carvalho de souza

Edit as listRepresentação em textoWordcloudRepresentação em facsímileManuscript line viewPageflow viewSyntactic annotation