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Maarten Janssen, 2014-

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1833. Carta de João Baptista de So. para Joaquim José de Oliveira, comissário de corveta da Marinha.

ResumoO autor gaba-se de ter tido um papel na prisão do destinatário e desafia-o a ir buscar auxílio aos liberais, já que traiu os realistas.
Autor(es) João Baptista de So.
Destinatário(s) Joaquim José de Oliveira            
De S.l.
Para Portugal, Lisboa, Cadeia do Aljube
Contexto

No contexto das lutas liberais, Joaquim José de Oliveira, comissário de corveta e contínuo do Real Conselho da Marinha, liberal, foi acusado de falsificar dois avisos régios dirigidos ao presidente do Real Erário e ao Major General da Armada Real, crimes dos quais foi considerado culpado. Quem o denunciou foi um companheiro da Fragata Pérola, assumido partidário da «rainha» D. Carlota Joaquina. Escreveu esta carta ao procurador do processo do réu atormentando-o com a culpabilidade de um «malhado».

Suporte uma folha de papel dobrada, escrita nas duas primeiras faces e com sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 244, Número 8, Caixa 635, Caderno [3]
Fólios 8
Socio-Historical Keywords Rita Marquilhas
Transcrição José Pedro Ferreira
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização José Pedro Ferreira
Modernização Rita Marquilhas
Data da transcrição2007

Texto: -


[1]
Snr Comisso que foi da Corveta de Sua Mge A Sa Rainha
[2]
Munto estimo que Vmce ja conseguise o premio q esperava lhe dessem em chigando a Lxa.
[3]
pois não Sabe que os tiranos nunca premeião mas sim Castigão;
[4]
olhe, pois isso he juizo de B!
[5]
qm deixa 1000 rs de So e 200 rs de ração pr dia, bem pagas em metal, que comrespondem a mais 2400 rs por dia do estado de Lxa mereçe mesmo q tal lhe aConteça.
[6]
Vmce não sabe q qm deve a Pedro paga a Paulo?
[7]
olhe q he ditado antigo!
[8]
isso he em paga da dezobedencia q vmce teve Com Sua Mge A S Rainha e de andar aliçiando a gente da Curveta pa dezobedecerem.
[9]
lembreçe que nada ha de perder!
[10]
e pa q não Seja atrevido de emSultar a Sr Carlota da maneira q o enSoltou!
[11]
não sabe q foi promessa feita em Brest?
[12]
pois bem lho prometerão,
[13]
nunca ensulte qm he Capas de o Confundir posto q não foi a mim mas he o mmo, pois estou encaregado de punir as oufenças feitas ao meu partido;
[14]
pr esta não esperava vmce!
[15]
pois sofra!
[16]
veja agora se os seos setarios são Capazes de o livrar, pois, de Contrario, as autorides estão bem inteiradas da verde.
[17]
mais ellas mesmo não levarão a bem a sua fuga pa Lxa nem a dos mais.
[18]
pois tambem andem ser premiados qdo for oCazião:
[19]
olhe q o dono da procuração deve lhe dár outra ves o dro, pois não quero diga q o roubei.
[20]
pois elle tratou comigo de, no Cazo de não se arealizar o do pagamto, de me dar outra ves o dro logo q lhe deçe a procuração.
[21]
, pois elle a deve ter em seu poder. logo, deve Comprir o tratado e a tratada.
[22]
Vmce julgava que eu éra criado do Soure!
[23]
asim se enganão os tolos!
[24]
pois sou mais alguma Couza:
[25]
sou Agentes de Sua Mage A S Rainha!
[26]
João Bapta de So Incaregado de Nego de S M A S R

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