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Maarten Janssen, 2014-

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1803. Carta de Luís Correia da Fonseca, almotacé, para António José de Matos Garrido, bacharel.

ResumoO autor predispõe-se a enviar dinheiro para conseguir ser libertado.
Autor(es) Luís Correia da Fonseca
Destinatário(s) António José de Matos Garrido            
De S.l.
Para S.l.
Contexto

Luís Correia da Fonseca testemunhou ter ficado pronunciado na devassa geral da Correição de 1803, pela falta de cumprimento das suas obrigações de Almotacé. Foi preso na última semana do mês de setembro, durante 5 ou 6 dias. No mesmo dia em que o prenderam, apareceu o procurador-agente António José de Mesquita, dizendo-lhe que, se queria sair depressa, deveria dar-lhe 8 moedas. Como Luís Correia da Fonseca desconfiava que o recado tivesse tido origem no doutor António José de Matos Garrido, advogado, dirigiu-lhe uma carta (fl. 5r ‒ CARDS6265). Respondeu-lhe António José de Matos Garrido, confirmando-lhe que, "havendo dinheiro, tudo se fazia em segredo". Consequentemente, Luís Correia da Fonseca enviou as 8 moedas, pagamento confirmado pela segunda carta do processo (fl. 6r ‒ CARDS6266). Mas António José de Matos Garrido voltou a pedir mais dinheiro, agora 3.200 réis, que também lhe foram entregues (fl. 4r ‒ CARDS6263). No final, e depois de pagar um total de 41.600 réis, Luís Correia da Fonseca foi solto. Porém, pedindo a sua sentença, não lha entregaram. Tornou-se, então, um escândalo o facto de António José de Matos Garrido ter tirado tanto dinheiro a um preso para lhe vender a liberdade. Alegou-se que nos 5 ou 6 dias em que esteve preso, era impossível ter-se feito tamanha despesa, muito menos num insignificante livramento. Luís Correia da Fonseca pretendeu que se tomasse em consideração o escândalo, e que se fizesse justiça. No processo que instaurou, foram evocados casos similares. Assim, também Vitorino José de Almeida, cirurgião e morador em Vila Franca de Xira, tinha sido alvo das mesmas tentativas de extorsão por parte do advogado António José de Matos Garrido e do procurador António José de Mesquita. Igual caso se tinha passado com o padre Nicolau Gaudêncio do Sacramento, acusado de mancebia com Tomásia Maria. O advogado António José de Matos Garrido e o procurador António José de Mesquita também lhe tinham garantido que, em troca de dinheiro, lhe concederiam a carta de seguro.

A presente carta serve de resposta de Luís Correia da Fonseca a António José de Matos Garrido e foi escrita no rosto de carta deste último (fl. 5r ‒ CARDS6265). Acrescente-se ainda que se pode conjeturar que Luís Correia da Fonseca aproveitou a assinatura de António José de Matos Garrido, usando-a como fórmula de endereço da sua resposta.

Suporte carta escrita no espaço em branco de um oitavo desdobrado
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra V, Maço 9, Número 12, Caixa 16, Caderno [13]
Fólios [5], Apenso 12
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Texto: -


[1]
Snr Dr Aio Joze de Mtos Guarido
[2]
Aqui me dis o Mesquita q a duvida de heu sahir he dinheiro q em havendo saio
[3]
tersa feira V m me mandara dizer O q he pa heu prontamte o Remeter
[4]
So Mto Obrigdo Correia
[5]
V mce me mandara loguo a Resposta

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