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1544. Carta de Mestre António para João da Costa.
Autor(es)
Mestre António
Destinatário(s)
João da Costa
Resumo
O autor dirige-se ao destinatário dando-lhe conta da venda de diversos objetos e de cobranças que fez em seu nome.
Texto: -
[2]
/ ẽ vosa merçe e da sora minha Irmaã e sobrinha todos
mtas vezes nos ẽcomendamos
[3]
a feytura desta a ds louvores
estamos de paaz e de saude as quaes novas semp de todos
vos outos ouçamos/
[4]
diguo sor q despois q vos de ca fostes nã
tenho aRecadado nenhũa divida vosa nã sey se por estar
desacustumados de lhas Requererdes se po os eu ẽportunar
muitas vezes
[5]
todo nã aproveyta nada poq manoel frz me
dixe q vos lembrava mui mal esa divida q dizies q vos
devia q todo vos tinha ja paguo/
[6]
dos alãbees tãbẽ vẽ cõ trin
ta mẽtiras
[7]
ora me diz q pa a somana os ã de começar despois
diz q os que os fazia esta doẽte
[8]
eu como nã tenho po onde os
demãdar pairo cõ elles
[9]
voso amigo o malagueyro he o mayor
bulRã q ha no mũdo
[10]
cada dia me diz q amenhã mos dara
[11]
on
tẽ me dixe q vos nã ficara devendo senã ix Rs ja os queria
V aRecadados/
[12]
frco anes levou a manilha loguo aquela noite
q veyo cõ hũ homẽ
[13]
eu ja era trinta vezes a casa ate que lha
dey
[14]
pareceme q ho dro do conhecimto poq ficou por fiador da casa
[16]
ẽ tres anos q tivestes negoceo cõ
elle bẽ o podereis aRecadar/
[17]
o dos tres cos de londres yodoso ain
da q lho queira pedir nã sey quẽ he/
[18]
nẽ sey pa q me ley
xastes ca aqlles conhecimtos nẽ ho de dte diz pois lhe tendes
dada quitaçã
[19]
o de guaspar vaaz tenho la ido trinta vezes
e nã o poso achar q esta na sua quinta e se vẽ ca negocear
algũa cousa torne se logo a ir/
[20]
o voso negoceo vyo tã mall pa
rado q me obrigou a fazer da neçesidade Vtude
[21]
ẽtregueyo
todo a bastiã de moraes poq me dixe paulos nunez tãta Vtude
delle e poq foy a vosa ida tã apregoada e espãtada q logo
a sega fra se pubricou n alfãdega q nã pude al fazer
[22]
elle
me deo boa esperãca pazera a ds q se fara bẽ
[23]
ja la he na corte
as alcatifas estando ja pa as dar a hũ caixeiro po biij xdos
[24]
veyo me ds a de parar hũ homẽ q me deo ix xdos po ellas
[25]
o fato nã ha quẽ de sal nẽ agoa por elle
[26]
quato vezes o tenho
levado ao pelourinho poq cõ a ida pa evora todo o mũdo vende
o seu fato
[27]
o leyto dei po bc rs a mesa e cadeira Vmelha se aRema
tou po outos bc rs e a caixa po q davã bc se aRematou ẽ iiijc Rs
o artibãco e bãquinhos ẽ ccx o pote grãde clxiijc rs ẽ sousinha/
[28]
eu trabalho mto por vos aproveytar iso q ca ficou po iso podeis
descansar
[29]
eu vos quysera agora mãdar hũ quarto d azte
senã que dixera q valia la mais barato q ca
[30]
vede o q
quereis q vos mãde e se quereis tãbẽ algũ vo ou outa
qllqr cousa
[31]
nã tenho po ora q vos mais espV senã q ẽ
ora mẽtes la esteVdes nos espvaes largo e po todalas vias
q pera ca vierẽ
[32]
o sor ds vos tenha semp na sua guarda
[33]
meu pay vos mãda a sua bẽcã a todos e nos outa vez
nos tornamos a ẽcomendar ẽ vosas merces e da sora
isabell da costa
[34]
desta cidade onde fiquamos bẽ saudo
sos oje xxb ds de Junho de 1544 anos
[35]
Voso irmão e amigo
Mestre amto
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