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1677. Carta de Luís Nunes Tinoco para destinatária anónima, freira.
Autor(es)
Luís Nunes Tinoco
Destinatário(s)
Anónima61
Resumo
O autor conta como foi chamado durante a madrugada para o que pensava ser um desafio, tendo assim desobedecidoa um "preceito" da destinatária.
Texto: -
[1]
De saco me pudera eu agora vestir
pelo sentimto com q fico da molestia
q cauzey a VM em dia de tanta festa
[2]
Confesso, a culpa e peço o perdão, q
não posso fazer mais que mostrarme
rendido, e reo. ser foi o cazo; q de
repente pla madrugada de domingo,
me mandou o meu Contor hũ Cavallo
[3]
e q logo logo me puzesse nelle, e desse
comigo em Bemfica, onde me espera
va:
[4]
e não sendo isto dezafio; cuydey
q o era, e nestes termos era covardia
regeitallo.
[5]
Veja VM se he isto o
contro do q VM prezume de q fuy
á Gloria,
[6]
q sendo esta pa mim a de
assitirlhe a VM
[7]
como havia eu
deixar de receber a honra e mce
q VM me faria.
[8]
E cõ este recado
q me mandarão, totalmte me varreu
o preceito de VM ao qual prometo
não faltar mais.
[9]
O ser VM
Freyra não se pode prezumir, sendo
q pa o ser só em VM se achava
sedo o dezengano, e recolhi-
mto
[10]
E por isso lhe sou tan devoto.
[11]
Do Graciano, entendo pelo q VM me
diz q tem pouca graça, denominando se todo da graça, mas podia sobrar-
lhe a divina e faltoulhe a humana.
[12]
Desculpuo, pelo q me pode su-
ceder qdo seja tambẽ Pregador como elle, offo de q Ds me livre com
bem, e a VM dé mta saude como lhe dezejo.
[13]
Vay a petição e com
ella o meu coração.
[15]
Ao e C q mto lhe dezeja
Luis Nunes Tinoco
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