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Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

1621. Carta de Bento Barbosa, homem do mar, para a sua mulher, Ana Lopes, lavadeira.

Autor(es) Bento Barbosa      
Destinatário(s) Ana Lopes      
In English

Family letter from Bento Barbosa, sea man, to his wife, Ana Lopes, laundress.

The author complains to his wife for not having news from her, also saying that he does not understand how she can be well without knowing from him for so long. He finishes the letter with other current affairs.

The defendant in this process is Ana Lopes, who admitted to be guilty of bigamy. She told the Inquisition that, twelve years earlier, she had married Bento Barbosa, in Lisbon, with whom she had a child, who died in his infancy. After two years of marriage, her husband went to India, and she only got from him one letter (PSCR0382), in which he tells her about his adventures and illness. Since many years went by without any news from him, she presumed that he was dead and, following other people's advice, she got married again in 1623, this time with Varão Gonçalves, from Coimbra. In August of that same year, she got two letters from her first husband (PSCR0383 and PSCR0384), whose authenticity she proved by the handwriting and some specific words that she knew well. She immediately left her second husband and confessed to the Inquisition. Later, however, an official document from a notary attested that she had never been legally married to any of those men. No other registry about the fate of Ana Lopes is included in the process.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Texto: -


[1]
permita noso senhor q esta vos tome cön a perfeita saude q este voso marido vos dezeja e vos de aquela perfeita gloria q todos nos dezejamos
[2]
depois q me apartei de vos não tive hũa vosa novas ce heras morta ou viva q ja estou mto descõnfiado como vos podeis estar tãm bem de não teres novas de min ce sou morto ou vivo
[3]
não qebre por vos q vos pormeto q ce ds me fas mces de me trazer diante de vos eu vos pormeto q tenhais descanço eces poucos dias q vos viveres
[4]
cõnfio na virgẽm nosa senhora do rozairo q la me a de trazer diante dos vosos olhos como vos desejais
[5]
dai me muita Emcomendas a estas senhoras aonde vos estais
[6]
ca me derão novas como me vos qerias mandar dro pa me vir pa o reino
[7]
folguei mto q mo vos não mandases porq não me hera nececario dêos louvado pa tod o sẽmpre
[8]
ce não fora tantas perdicois como tenho ja istivera diante dos vosos olhos mas são tantos os nimigos q não podemos navegar por estas partes do sul q de quinze embarcacois não Chegarão mais q duas e numa me fes deos merce de me trazer por cöndestabel dela e me fazer muito bom partido nas q me embarcarão
[9]
e dou muitas gracas a deos darme arte pa saber ganhar minha vida como os demais
[10]
mandaime a minha mai boas novas diguo a vosa sogra
[11]
corevos cön ela q não perdeis nada q o tendes d obrigasão porq o q la tendes ela tẽm dado mutas pasadas
[12]
por iso q meu pai faleceo sem fala
[13]
ela por nos ver cön remedio deu muitas pasadas
[14]
e não sou mais larguo por não emfadar
[15]
dolemte desta noso senhor etctra
[16]
deste voso marido bento barboza
[17]
feita malaca a doze dezembro da hera de mil 621

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