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[1654]. Carta de Sebastião de Andrade, noviço em mosteiro, para António da
Fonseca, capitão.
Autor(es)
Sebastião de
Andrade
Destinatário(s)
António da
Fonseca
Resumo
O autor declara o seu amor ao destinatário e pede que interceda junto dos
seus superiores para poder sair do convento e da vida religiosa.
Texto: -
[2]
Estimo, q este ache a Vm com saude em com
panhia De seus amigos q lla Vm tem
fora
[3]
Digo lhe a Vm q não a De Vm
ter amigo como eu
[4]
sabe nosso snor
Como eu faço estas regras com tantas
Lagrimas pella alma q tenho no corpo,
q não tenho o meu sentido em couzas
De deos senão em Vm do bem q lhe que
ria a Vm
[5]
mas emfim senpre di dia
e de noite esto com o sentido em hum
Coracam q tenho como he Vm
[6]
bem pode
Vm busquar traça com q nos tornemos
a fazer o q nos usavamos
[7]
com Vm
ei de morer e asim comfio em deos
[8]
se eu daquellas vezes q Vm tevemos
o q Vm sabe se eu me lla vice
ainda avia De ser milhor porq eu avia de sofrer a que Vm me mete
se bem Dentro
[9]
e faça Vm com q me eu saia da relegian fallando Vm
Com meu pai q me tire do Comventto, e dizendo q Vm me vio cantar
hum memento ca
[10]
e pessame Vm a meu pai e digalhe Vm q me adestrara
e q eu sei cantasr e q tenho huma vos de hum anjo q eu ja busquarei
traça pera me cair com q não fique desonrado
[11]
e Vm meta em cabessa
a meu pai de tudo o q quizer e q serei
seu mimozo, e q me ametira a sua capella
[12]
e falle Vm com o pe e seu zirmão doutor
q se elle me tirar mesmo em pesoa q se não
fiqua desonrado
[14]
meu olhos minha vida meu coraçam não
sei se acharas meus olhos outro amigo, como
eu
[15]
e se me tirares bem sabeis meos olhos
[16]
Deste teu amor meu antoniquo
frei sebas
tião
[17]
q sedo tornara a ser sebastião d andrade
[19]
e fale Vm com
seos irmãos
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