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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | O autor aconselha o destinatário a agir com honra e a ignorar a maledicência. |
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Autor(es) | Rodrigo Rebelo Peixoto de Azevedo e Castro |
Destinatário(s) | Francisco José de Sousa Castro |
De | Guimarães, Vieira do Minho, Quinta de Fundevila |
Para | Guimarães, Quinta dos Laços |
Contexto | Francisco José de Sousa e Castro (nascido a 04.10.1775), o seu pai e o seu avô, fidalgos cavaleiros da Casa de Sua Majestade, os dois primeiros naturais e assistentes no troço da vila de Monção, comarca de Viana do Minho, e o terceiro residente na Quinta dos Laços, arrabaldes de Guimarães, fizeram petição para que a mulher do primeiro, Maria Gertrudes Peixoto de Azevedo e Castro (nascida a 29.05.1770), fosse recolhida ao Convento de Trancoso ou a qualquer outro convento com a aplicação da renda do seu dote na sua sustentação, de modo a que o filho de ambos ficasse à guarda do pai e o dote do mesmo fosse utilizado na educação da criança. O suplicante e o seu sogro, Rodrigo Rebelo Peixoto Azevedo e Castro, tinham vários pleitos sobre os prédios pertencentes ao Morgado dos Laços, de que era administrador o avô de Francisco José de Sousa e Castro. Para resolver o problema, pensaram casar o suplicante, de 14 anos de idade, e a filha de Rodrigo Rebelo Peixoto Azevedo e Castro, de 20 anos. O casamento deu-se numa quinta dos pais da noiva em Guimarães em novembro de 1790, e os dois viveram juntos em casas alugadas por mais de seis meses. Mas Maria Gertrudes, mais velha do que o noivo, teria o hábito de meter homens dentro de casa, em especial um José do Lago, boticário, que, tendo-se mudado para a vila de Guimarães, se encontrava frequentemente com Maria Gertrudes com o pretexto de a ensinar a tocar guitarra e dançar as chulas. Daí resultaram as suspeitas de adultério e de que Maria Gertrudes daria dinheiro ao boticário para se vestir e sustentar. Constava que a mesma Maria Gertrudes já antes tinha fama de lasciva por ter praticado «loucuras» com um bacharel chamado Luís Navarro, com quem se quereria antes casar. E ainda se fez a acusação de que a suplicada teria tentado envenenar o marido, mas não se conseguiu provar o facto por ausência de testemunhas. Francisco José de Sousa e Castro, sabendo da infidelidade da mulher (ou influenciado pelos seus parentes) foi para Monção e só voltou a Guimarães quando ela estava para dar à luz, uma vez que o mandou chamar. Passou pela Quinta dos Laços, perto de Guimarães, e escreveu a carta transcrita (PSCR2563) ao sogro. Exigia nela que o boticário fosse expulso para que ele assistisse a sua mulher. A exigência foi depois rejeitada pelo sogro na resposta que lhe deu também por carta (PSCR2564), dizendo que ele e a filha deviam muito ao boticário e que não deviam ser ingratos. Assim, Francisco José de Sousa e Castro não assistiu a sua mulher, o filho de ambos, que se pensava ser adulterino, veio a morrer, e os dois divorciaram-se. Maria Gertrudes passou a viver em Guimarães, mas afastada dos pais e como mulher plebeia com injúria do marido devido ao seu comportamento, tido por indecente e pouco recatado. Francisco José de Sousa e Castro, fidalgo, continuou a viver em Monção. |
Suporte | meia de folha de papel dobrada, escrita no rosto e no verso do primeiro fólio. |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Ministério do Reino |
Fundo | Requerimentos |
Cota arquivística | Maço 952 |
Fólios | [7]r-v |
Socio-Historical Keywords | Raïssa Gillier |
Transcrição | Leonor Tavares |
Contextualização | Leonor Tavares |
Modernização | Raïssa Gillier |
Anotação POS | Raïssa Gillier |
Data da transcrição | 2016 |
Texto: -
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