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Maarten Janssen, 2014-

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1831. Carta de Maria José dos Anjos da Guarda e Silva para José Nicolau Teixeira de Aguiar Cresuel, caixeiro.

ResumoA autora sente a falta do destinatário e das suas notícias. Combina forma de arranjarem uma intermediária que os ponha em contacto..
Autor(es) Maria José dos Anjos da Guarda e Silva
Destinatário(s) José Nicolau Teixeira de Aguiar Cresuel            
De Portugal, Lisboa, Rua dos Fanqueiros
Para S.l.
Contexto

Processo relativo a José Nicolau Teixeira de Aguiar Cresuel, caixeiro. A documentação inclui uma relação de objetos que foram roubados da casa de José Joaquim da Silva. O réu foi acusado de usar a chave falsa de uma casa sem inquilino, junto à morada do outorgante, José Joaquim da Silva, e, saindo pelos telhados, de se introduzir de noite em casa dele. Com falsas promessas, teria conseguido corromper e levar a honra e virgindade de Maria José Silva, filha do queixoso. Suspeitou-se ainda que o réu roubava o pai da sua amada, levando-lhe dinheiro, além de que uma criada testemunhou que tinha visto Maria José dar dinheiro em peças ao réu. Teriam sido ainda roubados talheres de prata, roupa e outros objetos, tudo no valor de mais de duzentos mil réis. O réu foi também acusado de atentar contra a vida do queixoso e de um filho ainda menor, José Luís da Silva, para o que se mascarou com uma farda de soldado realista. Foi preso na Rua da Prata e conduzido à Guarda da Polícia. No dia seguinte, foi à presença do Desembargador Corregedor do Crime do Bairro do Rossio, em cujo poder ficaram a farda e demais objetos. Consta ainda do processo que o réu tentara fugir com Maria José, pois queria casar com ela apesar da oposição do sogro. Enterrara até, de antemão, umas moedas de prata num vaso de flores. A mãe do réu estava a par de tudo e até já tinha conduzido Maria José à Rua dos Vinagres para se encontrar com o filho.

Suporte um quarto de folha de papel escrito no rosto e com sobrescrito no verso.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 120, Número 9, Caixa 322, Caderno [1]
Fólios 69r
Socio-Historical Keywords Rita Marquilhas
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Sandra Antunes
Data da transcrição2007

Texto: -


[1]
Crido Monino do Coração
[2]
Ja não sabia a hora nem mommento que meu triste Coração sobeçe noticias de hum bem que tanto adoro i adora
[3]
tenho feito muitas delizencas para Verlo ja a mais tempo, podeçe ter o prazer de ver Letras tuas Crido Monino
[4]
nao tem cido poscivel,
[5]
sei que tu Crido Bem hades istar iscandalizado Com a minha peçoa
[6]
as Circuntancias he que me alongarão, para meu Bem, i teu pois a nossa aMizade so com a Morte he que a pode acabar pois me via redeada de Serpentes Velhas que ate para falar os Manos hia com iscustas
[7]
agora aos tempo que me Vejo na minha Libardade não sei a graças que he de dar a Deos,
[8]
huma irMaã minha tabem fes delizenças para eu ter noticias tuas a cal istou oBrigada,
[9]
a Mesma Snra me pedio que pozece estas tres letras G S V
[10]
Agora pecote que me mandes dizer se conheces a tal Snra
[11]
eu como sempre fui muito apresiavel esta he a rezão, por que te mando porguntar
[12]
ispero a tua Resposta
[13]
o masso he muito
[14]
desta tua Mulher que te istima
[15]
Maria Joze Crezuell

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