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Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

1727. Carta de Luís Cordeiro do Vale, advogado, para o primo.

ResumoO autor notifica o primo sobre a sua chegada a Coimbra e envia cumprimentos aos seus familiares.
Autor(es) Luís Cordeiro do Vale
Destinatário(s) Anónimo584            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Vila Real
Contexto

O réu deste processo é Luís Cordeiro do Vale, advogado de Vila Real, preso pela Inquisição de Lisboa a 17 de janeiro de 1727 por culpas de judaísmo. A sua mãe, Ana da Fonseca, e outros parentes seus tinham sido presos, ainda em 1726, pela Inquisição de Coimbra. Luís Cordeiro do Vale empenhara-se na sua defesa e chegara, para isso, a dirigir-se àquela cidade, como comprovam os vários requerimentos contidos no seu processo e a carta presentemente transcrita, que talvez tenha sido confiscada ao réu aquando da sua prisão. Segundo alegava na defesa, toda a família de Luís Cordeiro do Vale fora vítima de falsos testemunhos, causados pelo ódio que um seu conterrâneo, António Botelho Correia, tinha por eles. Este homem induzira várias pessoas a denunciá-los falsamente, incluindo os seus criados.

Luís Cordeiro do Vale estava em Coimbra quando foi preso, sendo levado para os cárceres da Inquisição de Lisboa. Foi solto em 1729, mas ainda nesse ano voltou a ser aprisionado, por impedir o recto ministério do Santo Ofício, sendo solto, definitivamente, em 1731.

Suporte meia folha de papel não dobrada escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 9971
Fólios 24r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2310126
Socio-Historical Keywords Mariana Gomes
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Maria Teresa Oliveira
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2017

Texto: -


[1]
Meu Primo; do meu coração;
[2]
Aqui chegamos esta manhãa com saude, graças a Ds, e estimaremos tenhais todos passado com a mesma, e com descanço, q Deos nos a todos, e certos no seo amor.
[3]
Estimarey esteja toda a fama de saude, e Magda e q a tia Phelipa, e violante estejam melhoradas de sua queixa;
[4]
e darás a todos nossas saudades, e q tenham mta confiança, q não ha de ser nada.
[5]
Quando chegamos a Coimbra, Logo sem entrar na estalagem fomos vizitar a Fr João de Mendonça, e Fr Hmmo q nos derão boas novas de todos vós e em geral; e falei ao amo Xavier, q no par do nego deu boa rezão,
[6]
e suponho q aquelle papel q entreguei da outra vez ao amo Antonio de Ma-tos está em poder dos homẽes, a qm se havia de remeter como esperavamos; e 3a fra q vem Ds querendo, entregarei o outro papel ao amo o do Antonio de Matos; com q não se desconsole voses, q tudo se ha de reduzir mar Leite;
[7]
e á vista direi tudo o q souber.
[8]
Nós ainda não fallemos com ninguem nesta ci-de mais q com o Lopes, e por isso não dou rela-ção mais Larga;
[9]
mtas saudes ás tias, e pros e a Magda; e q todos as aceitem tambem de Lco
[10]
deos voz gde; e a todos m @; e a todos como dezo
[11]
Lxa 4 de Janro de 1727.
[12]
Pro amte Cord
[13]
Não espero resposta.

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