PSCR0319 1628. Carta não autógrafa de Isabel da Cunha para o seu filho, Duarte da Cunha, escrevente, preso. Autor(es)
Isabel da Cunha
Destinatário(s)
Duarte da Cunha
Resumo
A autora desculpa-se com a sua pobreza para explicar por que não pode ajudar mais o filho. Dá-lhe instruções para ele se comportar de forma a não piorar o seu caso na Inquisição e conta como tem tentado obter o seu perdão.
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filho mãodaime dizer sse vos tirarão ja o grilhão e sse
Estais cõ algẽ acompanhado E q passais cõ o snors Emqui
zidores o q vos dizem E q detriminão cõvosco e sse sa
beis alguã couza delles E vos bem sabeis como me deixastes
q ja nem hũ emxeragão na cama nem couza a q me
atorne Esse boquado q vos mdo pesso-o pell amor de Ds
despois q ahi estais não tivestes quem vos mãodasse
nem simquo reis de pão ando ssega e Emconstada
pellas paredes apertai cõ vossa molher q vos mão
de alguã couza pa vos sostentardes ou apertai
lla nessa santa caza q vollo dem vto não ter eu
remedio pa vollo dar E llembrovos q sse vos cha
marem a meza ou fallarem cõvosco o sors Emqui
zidores q pessais mizicordia E dizei q tem
des molher E filhos E mai por q vos não remeta se
a justissa sse callar q milhor he moreres lla q tor
nardes ao llimoeiro E eu ardo qua fazendo
dilligencia cõ o coleitor pa vos perdoar
E fis huã pitisão q lhe ei de llevar oje queira
ds q aproveite tudo João Roiz de miranda
me fes a pitisão q deve de ir Em forma E todas
as vossas amized amizades des que estais
ahi vos não prestarão pa nada sso a prove
za de vossa mai o Emquizidor q he parente
de frco bareto he fora E estão Esperando cada
dia por elle E frco bareto Esta prezo no limoeiro
avera hũ mes por não querer ir buscar huã pe
quena de pollvora fora desta tera o gorve
nador arsebispo o mãodou prender
ahi esta elle não trata de sse soltar por ora não ha mais dei
vos avizar ds vos de pasiencia pa sofrerdes esa prisão
não vos espanteis de esta não ser da lletra de vosso
irmão q he a tres ou coatro dias fora a trabalhar
vossa mai
I Cunha
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