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Maarten Janssen, 2014-

PSCR9379

[1602-1603]. Cópia da carta de Isabel Mendes para o filho, João Nunes Baião.

Autor(es) Isabel Mendes      
Destinatário(s) João Nunes Baião      
In English

Copy of a family letter from Isabel Mendes to her son João Nunes Baião, a prisoner by the Inquisition.

The author sends news on the sales she has been doing on behalf of her son, the addressee, while he is in prison. She tells him all the items she has sent him and gives advice on how he should close his writings to her, so that she knows whether or not someone has opened them.

Thirty of the letters exchanged between Isabel Mendes and her son, João Nunes Baião, imprisoned in Goa since 1600, were seized by the inquisitors in 1603 and included in the proceedings against the mother. Isabel Mendes had written five of them, and her son, the other twenty-five. A complete net of servants and slaves had contributed to the correspondence exchange. After the system was discovered, Isabel Mendes was arrested and the letters were transcribed by the Goa Inquisition and sent to Lisbon. The cipher that some of them exhibited was replaced by alphabetic expressions.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

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os dous esCritos derradeiros vinhão mto bem serrados com linhas amarrados, sempre fazei assim, e podeis esCrever tudo o que quizerdes, não vos pareça q me enfada, nẽ qCansso de esCrever perq vos juro, assim vos veja eu Livre mto cedo, e fora dahi como pa mỹ alivio grande; e não me peza senão perq aveis de ler com trabalho perq tudo vai borrado, mas não outro Remedio, eu detremino pa vosso alivio mandar chamar o pe fernão gomes, e confessarme com elle, E dar lhe conta do q passa debaixo de per sinaL da Cruz, não sei se tera Segredo Segredo perq he mto medrozo, mas ei de provar. De Malaca esta paschoa passada fez anno tanueiro me trouxe os couros, e os pregos das tripessas, e pedio q lhas dessem tambẽ me deu hũa Carta, não era da mãy do ferras, mas era do marido. dizia q a conta das Tripessas lhe mandasseis chapeos, e outras couzas; não se fez te gora nada nisso perq a pessa não era Vendida depois se vendeo per desoito pardaos; as tripe-ssas tomou vossa Irmã como vos sabeis todo este dinheiro esta seguro, mas não fiz nada, perq espero q vos o façais per vossa mão. Nunca mais esCreverão de lla, nẽ veo outra Carta de parte nenhũa, não veo ninguem pedi o Livro o pe fernão gomes, pedio as pregaçõis tantas vezes q lhas dei. A pessa de Velludo comprou vossa Irmã, pagousse o q devia ficou sete pardaos vede o q quereis q faça ate q Nosso sor vos tire daí, se me quereis bem e desejais q eu tenha Vida mandaime pedir sempre algũa Couza q não seja mais q pera me dardes esse gosto, nẽ me digais q não gaste com quẽ o gasto, perq o vi melhor empregado, não falta não me peza, senão perque a dama não vẽ cada dia q bem choro eu, mas faz me tantas caçhas q me não posso valer, mas como he per necessidade posso; ontem quartafra a sinquo deste mez me mandou outro esCrito tambem vinha mto bem serrado, se vos assi mandaveis sempre sinal he q vos abrião pa dama, e folgo mto de lerdes está bem quando veo o esCrito me mandou pedir a Luis Serrão q pera outra somana vos avião de soltar, não sei per onde o sabe, mas he tão sabida q per todalas vias se negoçea. Mandei chamar o pe, e en confissão lhe disse o q passava, he tão medrozo, e com Rezão perq hai qualquer Couza mto, contudo ficou de vos esCrever e diz q hũa vez. no mais, tambem lhe pedi Livro pequeno disse q o mandaria juntamte com o esCrito, elle anda ainda doente diz q não continuemos com isto per q não venha a mais trabalho A mais trabalho; elle falla como amigo, o padre netto morreo não durou mais q simquo dias, os aneis e a viola diz o sapateiro q não tem taL aneL o Jao q dizeis q tinha viola diz q he morto detremino de mandar pessoa de quem tenha medo, o outro aneL arecadara vossa Irmã, o vinho esta prestes, não sei se a dama o querera tomar, mas eu farei mto per isso, perq polla via da snora não se pode mandar nada; quantas vezes vos tenho mandado vinho; sestafra lhe mandei tres frutas, E não vos derão mais q hũa, as tres talhadas são outras q vos tinha mandado, bem vos mandei vidro pequeno de agoa rozada, o puquarinho não vos mandei, perq he mto pequenino; Não me peza senão das Uvas q não no forão per via da dama e pedaço de queijo, mas tende vos saude q nada faltara, estou mto contente de lerdes bem a letra, avei q he milagre, e merce de Ds muito grande, perq he couza q nunca fiz, nẽ a disposição não he boa, q este faço na Cama da Irzipolla q esta Lua me tratou muito mal, e assi não tenho dia de saude pesso a Ds q ma dee ate vos ver Livre desses trabalhos a benção de Ds e a minha vos cubra


Legenda:

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