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Maarten Janssen, 2014-

CARDS0020

[1827]. Carta de Maria José de Miranda para seu filho José Caldeira Vieira de Andrade, cadete.

ResumoA autora recomenda ao filho muita cautela.
Autor(es) Maria José de Miranda
Destinatário(s) José Caldeira Vieira de Andrade            
De Portugal, Elvas
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Cartas da mãe do jovem José Caldeira Vieira d’Andrade, cadete do Regimento de Cavalaria nº 3 de Elvas, acusado de desertar do exército.

Este processo judicial e as cartas dele retiradas podem ser situados no momento das primeiras tentativas de revolta militar contra o recém-instalado governo absolutista de D. Miguel. Ao longo da primavera de 1828, ocorreram levantamentos liberais em diversas cidades do país, entre as quais o Porto, onde se chegou a formar uma Junta Governativa. Esse foi também o ano em que um grupo de estudantes de Coimbra, pertencentes à sociedade secreta “Divodignos”, assassinou a delegação de representantes da Universidade que se dirigia a Lisboa para felicitar D. Miguel.

Além da resposta militar a estas ações, desencadeou-se por todo o país um movimento, muitas vezes referido como “Terror Miguelista”, de perseguição e repressão dos simpatizantes liberais. Bandos de "caceteiros” atuavam pelas ruas com impunidade e os oficiais do regime prendiam à mínima denúncia, sem necessidade de averiguação.

Bibliografia

Luís Reis Torgal e João Lourenço Roque (coords.), José Mattoso (org.)

História de Portugal, vol. V: O liberalismo (1807-1890)

Lisboa

Círculo de Leitores

1993.

Suporte um quarto de folha de papel escrito nas duas faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra M, Maço 9, Número 16, Caixa 19, Caderno [1]
Fólios 8r-v
Transcrição Cristina Albino
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização Cristina Albino
Modernização Clara Pinto
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

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Meu querido Joze

Resebie a tua carta vejo o q me dizes a respeito do q te mandarão dizer tuas tias não foi sem fundamento porq ellas ambas tiverão grande desgostos e athe te devo dizer q tu ainda estavas mais emcravado do q theu Pai isto seio eu hoje com toda a serteza porq o q são emnemigos e aquelles home do Ro bem emtedido soldados e alguns ofisiaes emfriores q tu mesmo os conheses estes são aqueles q te fizerão o mal mas Ds sempre acode a nosencia como hera huma canunlia q te querião armar nada te ha de susoder agora ainda se não feixou a devasa e agora vai daqui hum Battalhão do Ro 5 pa hesa Corte e asim tem cautella porq sempre he bom eu estimo mto q ja tenha sido emtregues das mas cartas pois eu tambem estou mais livre daquelle cuidado porq eu de nada sabia e por ese motivo vim pa Ellvas agora ahi te remeto huma Moeda de ouro segura no Correio não poso Mandar mais pois Ds sabe as fadigas q tenho tido e as devas q me tem obrigado a pagar pois tudo se tem xhegado agora não a gaste mal garda pa te remediares nas tuas nesidades temes em Monte Mór em caza do theu patrão humas boctas e algum fato ja agora fica pa quando venhas pois pa o fim deste Mes te hei de mandar buscar veremos em q isto para seita soudades das Manas e das tias e desta tua Mai q a vida te dezeja

Maria Joze de Miranda 12 de Setembro

mandame dizer se estace ainda em caza das Primas soudades do Moedas dis ao Pai q eu lhe remetie quatro Moedas e mais huma carta tudo vai pelo o procurador de Antonio da Gama Ds queira q resebão ja o dinheiro e q não haja descaminho;


Legenda:

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