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Maarten Janssen, 2014-

CARDS0285

1827. Carta de José Matias Monteiro, soldado, para José Maria Dozbe, Feitor da Mesa.

ResumoJosé Matias Monteiro escreve ao seu amigo José Maria Dozbe pedindo segredo sobre a sua situação e solicitando um favor.
Autor(es) José Matias Monteiro
Destinatário(s) José Maria Dozbe            
De Portugal, Lisboa
Para S.l.
Contexto

Processo em que era queixoso José Matias Monteiro, soldado do Batalhão de Caçadores n.º 8, e réus Nicolau Tolentino Monteiro e António dos Santos Monteiro, irmãos mais velhos do primeiro. José Matias acusou os irmãos, aparentemente seus rivais, de se apropriarem de uma petição, em seu nome, na qualidade de Administrador da Sisa das Carnes. As pretensões dos irmãos iam porém mais longe, chegando à pressão, sob ameaça, para José Matias abandonar a sua amada. O conflito que se gerou em torno desta última exigência conduziu a episódios de grande violência entre os envolvidos, bem como ao sequestro de José Matias. Apesar de inicialmente mal sucedidas, as tentativas de evasão do cativeiro acabaram por resultar em libertação. Foi do quartel, onde finalmente encontrou ocupação, que José Matias Monteiro instaurou este processo, no âmbito do qual se queixou não só dos factos referidos, como da apropriação dos seus haveres por parte dos acusados. No decurso de todos estes acontecimentos, escreveu diversas cartas a conhecidos seus, a seus irmãos e à sua amada.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita nas duas primeiras faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra N, Maço 3, Número 12, Caixa 6, Caderno [1]
Fólios 48r-v
Transcrição José Pedro Ferreira
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização José Pedro Ferreira
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

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Ao Sr Maria a qm ds ge Feitor da meza das Carme Bom Amigo Dozbe

Confiado no seu caracter, o acho capaz de guardar Segredo inviolavel. Eu tenho sido trahido plos meus maiores Amigos (athé Anto Roiz) por isso o Sr é o unico quem agora a-cho capaz: deve saber a grande intriga que a meu respeito por isso nada o deve admirar. Eu pa fazer esquecer athé me acho fora de Casa e pa pa mudar pa outro Sitio percizo traje desconhecido- não me comprometa- Peço-lhe me mande plo portador úm capote a fim de não ser conhecido, que amanhãa, ou hoje mmo á noite que o hei de procurar em casa então o entrego- segredo- Ainda não fica aqui os Amigos verdadeiros nas ocaziões he que se conhecem por isso eu espero que confie mais de mim huma moeda na espeicie que tiver acreditando que junta a outra será o primeiro dinheiro que pague Por tudo qto ha e pr amizade lhe peço me mande as duas couzas que peço- Acredite que vale a úm Amigo a quem alguns trahìrão

Maio 10 de 1827 Jozé Mathias Montr

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