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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | O autor avisa o destinatário de que está a ser procurado; aconselha-o a fugir. |
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Autor(es) | José Maria |
Destinatário(s) | Raimundo José Pinto |
De | S.l. |
Para | S.l. |
Contexto | Raimundo José Pinto, natural de Lisboa, fabricante de sedas, casado com Joana Maria, filho de pais incógnitos (enjeitado da Roda de Lisboa), de 40 anos de idade (em 1811), foi preso pela devassa de fabricação de moeda falsa a 17 de Junho de 1810, na vila de Vouzela do concelho de Lapões. O réu esteve preso nas cadeias da cidade de Aveiro e foi depois transferido a 16 de Janeiro de 1811. Várias outras transferências de cadeia se sucederam. As cartas foram encontradas numa busca e achadas num bolso, juntamente com cinco moedas falsas. Uma dessas moedas mostrava na altura ter sido fabricada havia pouco tempo. No palheiro onde o réu parecia ter dormido e acendido lume, foram encontradas duas formas de gesso nas quais fabricaria as ditas moedas. Foram encontrados também vários outros objetos que serviram de prova do crime, de entre os quais a colher de ferro em que derretia os metais, um alicate, uma lima, vinte e seis pés dos ouros que havia feito, vinte e seis bocado do metal já derretido. Todos os objetos foram identificados como seus, à exceção da lima, que foi identificada por uma das testemunhas como sendo sua. Este caso tem ainda a particularidade de contar com a existência de uma carta enviada ao Corregedor da cidade de Aveiro em que se explica como funcionava a fabricação de moeda falsa. Diz-se que as moedas eram feitas com cobre por dentro e estanho por fora e que depois era passada uma areia especial para lhes dar a cor da prata. Os materiais utilizados teriam sido fornecidos por várias pessoas e o réu teria em tempos estado alojado em casa do prior Luís Inácio Monteiro Rebelo de Sousa, o qual seria um dos mandantes. Apesar de ter sido condenado e de ter passado vários anos em prisões diversas, o advogado do réu alegou que não houve uma única testemunha que dissesse que tinha recebido ou trocado dinheiro falso com ele. Em sua defesa é dito também que o réu estabeleceu na cidade do Porto uma fábrica de estamparia e de manufactura de tecidos de toda a qualidade de algodões, bem como várias tinturarias, manejando um grande negócio que lhe dava grandes rendimentos e sendo conhecido como honrado e de bom procedimento. Diz-se ainda que sabendo o réu a notícia de que o inimigo francês tentava invadir a cidade do Porto e querendo mostrar-se fiel e bom patriota, foi dos primeiros a oferecer-se para as trincheiras, comprando inclusivamente pólvora e balas com o seu próprio dinheiro para fazer fogo ao inimigo. Com a invasão dos franceses perdeu tudo (casas, teares, etc.), e por isso foi cobrar dinheiro aos seus devedores em várias cidades, acabando por ser acusado de falsificador de moedas nas cidades em que esteve. |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Casa da Suplicação |
Fundo | Feitos Findos, Processos-Crime |
Cota arquivística | Letra L, Maço 13, Número 5, Caixa 28, Caderno 4 |
Fólios | 4r ‒ 5 |
Transcrição | Cristina Albino |
Revisão principal | Rita Marquilhas |
Contextualização | Cristina Albino |
Modernização | Raïssa Gillier |
Anotação POS | Clara Pinto, Catarina Carvalheiro |
Data da transcrição | 2007 |
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