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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1670

[1728]. Carta de [frei João da Madre de Deus], religioso, para Catarina [Josefa].

ResumoO autor exprime a sinceridade dos seus sentimentos e tenta aplacar os ciúmes da destinatária.
Autor(es) João da Madre de Deus
Destinatário(s) Catarina [Josefa]            
De S.l.
Para S.l.
Contexto

No processo por culpas de solicitação em que foi réu João da Madre de Deus, religioso trinitário, encontra-se um conjunto de 31 cartas ditas "amatórias", todas redigidas por seu punho e dirigidas a três mulheres, uma mãe e duas filhas. Tratava-as, respetivamente, como mãe e irmãs, muito embora se dirigisse a estas últimas com expressões de amor e ciúme. Foram as destinatárias que entregaram as cartas ao prior da vila de Sintra em março de 1732. Os factos remontavam a cerca de quatro anos antes, quando aquele confessor vivia no convento da sua ordem em Sintra.

Se bem que o tivessem incriminado, mãe e filhas temiam a reação do visado, por ser vingativo e manter em sua posse “muitas cartas que ela [D. Antónia Maria] ou suas filhas escreviam e algumas prendas [a saber: uma trança de cabelos, dois corações de prata e uma caixa de prata], que eram testemunhos que contra a vida de todas perigava, […] e porque o dito Fr. João da Madre de Deus já tinha sido rogado para entregar as tais cartas, as não quisera dar; […]", pedindo que elas tivessem piedade de as haver a si e que as queimassem (fl. 11r-v). Receava-se igualmente a reação do marido da senhora, Manuel Roussado de Macedo, e dos irmãos de João da Madre de Deus, por ser “gente de muita braveza, e nenhuma prudência”, um ódio alimentado pelo facto de Manuel Roussado de Macedo ter querido casar o seu filho, Luís Machado Soares, com uma irmã do denunciado, mas este opusera-se à união. Contrariamente ao que acontecia com a irmã do réu, a família de Manuel Roussado de Macedo era pobre. As filhas "valiam-se de algum labor das suas mãos, sem desdouro do trato nobre e honesto”.

Além deste conjunto de cartas, também um trinitário do convento de Lisboa entregou em 1735 um conjunto de papéis escritos na letra do réu: duas práticas e dois sermões.

Suporte meia folha de papel, escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 2621
Fólios 18r
Socio-Historical Keywords Ana Leitão
Transcrição Ana Leitão
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Ana Leitão
Modernização Raïssa Gillier
Data da transcrição2015

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Minha Catherina dos meos olhos. Não sejas tudo pa todos, porq nem todos são pa tudo Agora dises tu; Este frade está Doido; Enganaste. porq estou em meu juiso perfeito; Algum dia te explicarei, o q isso quer diser; agora somte. digo q bem tolo he quem se mata, porq o que se não no dia de sta Lusia, vesse no outro dia. Mas agora conheço a causa das tuas asperesas, das tuas securas, e das tuas repugnancias; Porem ou assim, ou assado sempre te promto, q se o tempo tudo mostra, e tudo acaba, o tempo comigo nada acaba e tudo me mostra. O q podes ter entendido, e alcansado de mim he q te qro mto, E se qro bem a alguem mais, he á gente de tua Casa, e fora dahi, a ninguem mais qro bem. Basta te não Digo mais, porq sei q te mortifico, e não qro mortificar mto a quem amo tanto.

Mto teu J

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