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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0400

1647. Carta de Rodrigo Aires Brandão, contratador, para o seu irmão Jorge Dias Brandão, contratador.

ResumoO autor informa o destinatário de que o não pode ir buscar porque o seu cavalo foi sangrado, mas que lhe remete uma carta e tentará cobrar umas dívidas ao seu portador.
Autor(es) Rodrigo Aires Brandão
Destinatário(s) Jorge Dias Brandão            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Lisboa, Palhavã
Contexto

O réu deste processo é Jorge Dias Brandão, contratador de Viana do Castelo, preso pela Inquisição de Lisboa em dezembro de 1647 por judaísmo. As cartas que se encontram no seu processo foram achadas pelo tesoureiro do fisco, João Baptista de Cordes, entre os papéis pertencentes a Jorge Dias Brandão. O tesoureiro resolveu entregá-las ao notário do Santo Ofício, pois pareceu-lhe que o seu conteúdo podia interessar aos inquisidores. Segundo supôs, o primeiro escrito tinha a letra de Rodrigo Aires Brandão, irmão do réu, o segundo vinha assinado por Francisco Mendes, primo de ambos, e o último dos papéis tinha a letra de Jorge Dias Brandão. Rodrigo Aires Brandão foi chamado a testemunhar e confirmou as suposições do tesoureiro do fisco quanto à autoria das cartas. Explicou que os negócios mencionados na de Francisco Mendes eram relativos à prisão das irmãs e sobrinhos deste pela Inquisição de Coimbra, que Francisco Mendes considerava terem sido injustas e causadas por acusações falsas, pedindo a Rodrigo Aires Brandão que fizesse diligências sobre o assunto com determinadas pessoas suas conhecidas. Quanto à carta do seu irmão, Rodrigo Aires Brandão nada pôde dizer, alegando que nunca a vira e que não sabia explicar o seu conteúdo. Também um criado dos dois irmãos, Manuel da Costa, reconheceu que a letra daquela terceira carta era de Jorge Dias Brandão mas o réu, quando interrogado sobre aquelas missivas, negou mais do que uma vez conhecê-las ou ser o autor da última, convencendo os inquisidores de que estava a esconder qualquer crime. Por isso, foi condenado a tortura, mas mesmo assim continuou sem nada dizer. Um ano depois foi novamente levado a tormento, desta feita por causa de outras cartas que se encontraram no processo de um seu parente, o banqueiro Duarte da Silva, mas continuou sem nada revelar. Jorge Dias Brandão acabou por ser libertado com abjuração de veemente, cárcere a arbítrio dos Inquisidores, instrução na fé, penas e penitências espirituais e pagamento de custas.

Suporte um quarto de folha de papel não dobrado escrito em ambas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 11752
Fólios 78r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2307413
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Maria Teresa Oliveira
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2017

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Sr Irmão

de Ds a vm mt Boas noutez p ter o Cavalo sangrado não fuy Buscar a vm E a vm se baixar amanham p ca falaremos, Este fidalgo de Viana, não escreve nada sre a Letra E vem em auza a my. e se me disera algo o soubera pa o avisar a vm E não sei donde podia ficar a sua carta! ahy vay a que tive sua pla ql vera o q diz Este moso não quer senão Bulir em las sem fundamto, E neste correo lhe ey de sacar hũa de 150 U pa seguro que manda fazer E me deve algũs 250 U; ao amigo escrevrey E darey os Recados de vm a quem ds gde

o yrmão Aires

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