PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

PSCR0703

1758. Carta de Samuel de David Hoheb e filhos para Manuel Mendes Flores e filhos.

ResumoO autor avisa o destinatário de que irá uma carga de sacos de cacau por um navio, referindo-se também a outros negócios.
Autor(es) Samuel de David Hoheb
Destinatário(s) Manuel Mendes Flores e filhos            
De Curaçao
Para Holanda, Amesterdão
Contexto

Perante a suspeita de as comunidades sefarditas traficarem mercadorias e informações em prejuízo da Coroa inglesa, várias embarcações procedentes ou destinadas à Holanda por sua conta foram interceptadas. Efetivamente, as disposições constantes nos Actos de Navegação de Cromwell proibiam o trato comercial das colónias inglesas com a Holanda, Espanha, França e respectivas possessões ultramarinas.

Os processos instaurados, à guarda no Supremo Tribunal do Almirantado, surgem no contexto de quatro momentos de grande crispação entre aquelas duas potências: a 2ª Guerra Marítima Anglo-Holandesa (1665-1667); a 3ª Guerra Marítima Anglo-Holandesa (1672-1674); a Guerra dos Sete Anos (1756-1763); e por fim a 4ª Guerra Marítima Anglo-Holandesa (1781-1784).

A documentação encontrada a bordo e preservada em arquivo - correspondência particular e registos de carga - constituiu testemunho documental da prática dos crimes de contrabando e tráfico de mercadorias em alto mar. As cartas aqui descritas são ainda demonstrativas da qualidade das relações mantidas no seio de famílias sefarditas (judeus e conversos), com existência de sociabilidades estrategicamente distribuídas: de um lado, os colonos posicionados abaixo da linha do Equador, mais precisamente numa área das Sete Províncias das Índias Ocidentais (o Caribe), no âmbito das possessões ultramarinas holandesas; do outro, familiares e parceiros de negócio, situados nos principais portos e centros de atividade financeira e mercantil no Atlântico Norte.

Em alguns exemplares observa-se a apropriação de vocábulos específicos no domínio das relações comerciais mantidas com mercadores ingleses e holandeses, pois evidenciam a aproximação e a preservação de termos de outras línguas. A este nível, assistimos ao uso de formas romance, com aproximação fonética a uma palavra de que desconheceriam a grafia, ou com a qual não estariam muito familiarizados. São disso exemplo as ocorrências “ousove” e “azoes”, que remetem para o inglês “hoshead” ou o holandês “okshoofd”, uma medida antiga de volume.

No presente caso, estamos perante o correio apreendido a bordo do De Curaçaose Visser, embarcação capitaneada por Jacob Visser e proveniente de Curaçau, rumo a Amesterdão, através das Caraíbas. Esta correspondência compreendia igualmente cartas particulares escritas em francês, holandês e algumas em hebraico destinadas a várias cidades holandesas, assim como dirigidas aos diretores da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais.

O fólio desta carta está solto.

Suporte meia folha de papel não dobrada escrita no rosto; o sobrescrito tem um carimbo em lacre.
Arquivo The National Archives
Repository Records of the High Court of Admiralty
Fundo 32/178
Cota arquivística Part 3
Fólios [1]r-v
Transcrição Mariana Gomes
Contextualização Ana Leitão
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2016

O script do Java parece estar desligado, ou então houve um erro de comunicação. Ligue o script do Java para mais opções de representação.

Ao sres Manuel Mendes Flores e filho Gde Ds ms as a Amsterdam P o navio do Capm - Jacob visser DsS Sres Manuel Mendes Flores e filho Curacao 14 Abril 1758 as Muy sres meus

Por os navios de swaen e Abm = Hiringh q partirao em 8 do corte foy nossa ultima arons na qual nos deferimos; e como depois nao se nos ofresse nada de novo q avizar seremos breve nesta ocaziao servin-do esta sommte de cuberta ao incluzo coñesimto e factura de 8 sacos cacao de caracas q pr conta e risco de vms cargamos no navio curacaose visser capm jacob visser q importao com gastos the bordo Ps.:341:1:3 os quais cargamos a vms em sua conta servindosse man-dar rever e de seo bem achar notar a dever (a 2a via d coñesimto e factura ja remetemos com swaen) fica a nosso cuydado o precurar q mais breve q nos for posivel a sahida de suas fazendas como asy mesmo as cobransas do vendido pa remeterlhes com toda breve-dade; e Ds a vms gde e prospere em compa de seos bems querentes por mt e phelises annos como se dezeijao e nosso verdadeiro affecto lhes auspisia ea

Muy certos servid de vms Samuel de David Hoheb e filhos

Legenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Guardar XMLDownload textRepresentação em textoWordcloudRepresentação em facsímileManuscript line viewPageflow viewVisualização das frases