Representação em facsímile
1809. Carta atribuída ao Padre António Vidal Ferreira Pinto, assinada com o nome Godinho de Albuquerque e enviada a António Simão de Oliveira.
Autor(es)
António Vidal Ferreira Pinto
Destinatário(s)
António Simão de Oliveira
Resumo
O destinatário da carta é insultado e ameaçado por andar a maldizer um padre da terra.
e magoado o coração Meu rico Irmãozinho das ben
tas almas,
conciderai o q sois, não vos façais grande,
sendo da marca pequena, abatei essa bazofia, que
tendes de sabio, e esperto, sabendo todos q sois
hum
Asninho; dizeime, tendes ja ganhado algum ha
beto
de Christo pello oficio de marandubeiro? mas he
ja pençao q tem os da vossa estatura de
quererem
chegar com a lingoa, aonde não podem com o corpo
Sede pois, caladinho, não vos emporte a vida de
ninguem, e adquerireis a estima de todos. Emfim qm
esta
vos escreve, não he Ilheo, q vos furte
a Imoça q
comprastes por dois frascos de agoardente, nem qm se des
peque por
cartazios, nem a qm vós tinhais por homem
de
saco, e botige, nem a qm vós digais q dorme em cama
de folhas de
Joçara, he hum vosso parente mto chega
do por pte de
Pai, e Mai, q vos qr mto e continuamte está
com as camandollas
na mam, pedindo a Deos q abençoe
os vossos
progetos. Dezem me q cazara vossa Irmam, e q
achara bom marido, o q estimo
Dailhe lembranças mas e
a vossos Pais: E a
Deos, q vos faça milhor do q sois, e q per
mita
torneis a estima daquelles q tanto tendes agra
vado; e se vos não servir
esta carapuça; hide vos sepul
tar no obim, com mais de mil Diabos indegar cabou
cullas,
e pretas, pa lhe beberes os ovos, q han dem
ser