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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1657. Carta não autógrafa de António Fernandes da Mata para a sua irmã Antónia Fernandes.

Autor(es)

António Fernandes da Mata      

Destinatário(s)

Antónia Fernandes                        

Resumo

O autor comenta vários assuntos familiares, a carestia que se vive na colónia e a atitude de certos parentes. Agradece as lembranças enviadas, desabafa sobre o seu estado de saúde e refere o envio de açúcar para o Reino.
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Novas deste Brazill são hirse consumindo o estado esta negra bolsa, quãtdo achão assuquar de dous annos para o levarẽ pello preço que elles querẽ, andava os annos atras a quatro patacas E mais, E agora o levão por sinco tostois E menos arroba, E como he fazenda que se não pode guardar he forsa largala, não trazẽ fazendas nenhumas algũa vara de pano que apareceo de geito pedẽ a cruzado E pataca e mea, E o demais da mesma maneira apenas chegão os assuqueres a sse poder vistir a caza quer Deos, que nos não custa o trigo dinheiro o peixe tãobẽ, não falta carne tambẽ barata mas se com o trabalho dos negros, se não comprão outros en lugar dos que morrẽ acabace tudo o que não tẽ as fazendas dellla. novas de Julião não ha Caminho, para as saber, deve estar bem esquecido que tẽ irmãs no mundo, a Angola vão navios de boinos ayres, mas tambẽ aqui vierão os annos atras, E peçoas la da terra dentro onde o deixarão, E Conhecerão sabendo vinhão para ca, sẽ trazerẽ carta sua, mas darẽme novas como estava muito de assento, capellão de hũa Confraria das almas, E todos os seus sinais, E o que me disse isto he natural dahi bẽ perto pello zezere assima. disseme yugara E perdera hum dia e parte da noite dinheiro que se podia comprar meo punhete. quando hia de Angola para boinos ayres chegou o navio a ilha grande que sera daqui, como dessa terra a Lisboa, E levando hũa encomenda, que lhe tinha mandado, nẽ isso quis deixar a peçoa, que me conhecia, E a levou consigo E totalmente não veo a este rio ou a Bahia, por não fazer algũ bem a seus sobrinhos, E irmãos, que o chegarão a sser gente! Poucos dias ha que procurando eu por João Vicente ou peçoa que lhe levasse hũas cartas que muito depois das outras recebi que dizião no sobre escrito a meu cunhado Diogo de morais me derão huas novas, tais merecião meus peccados bem se parece Vm commigo nesta parte sabera Vm que sẽ temer a Deos, se cazou hua viuva que tẽ pai E parentes todos os moradores na ilha grande onde vive o irmão, deitando fama que tambẽ era viuvo. Levei as cartas ao Vigario geral minhas, En que me encomendava minha sobrinha o fizece embarcar, E as duas da mesma fechadas para que as abrisse, E visse, E fizesse como pastor seu officio ficou espantado E detriminado a o mandar vir prezo Eu hei de fazer minha obrigassão ainda que a justiças desta terra são da parte de quẽ mais da, assi seculares como Ecleziasticas. E tudo abafam mas não lhe rendo o ganho porque em o sabendo os parentes da molher, não sei se escapara vida Leve minha irmã iste trago paciencia Pois que Deos assi o premite do que nisto rezultar farei avizo na primeira ocazião Leva nosso amigo Lima hũa caixa de assuquar branco remetido o que der a Vm, seu conhecimento elle fara o officio de amigo, en segundo lugar a Manuel Rodrigues Cabral quẽ correrei daqui por diante, que o lima não tornara ca Vm partira a metade do que render a caixa suas irmãs Maria tristoa E Catherina lopes, E perdoẽ a pouquidade que a vontade he grande encomendẽme a Deos que he maior mimo que espero que enquanto elle me der vida o que puder não faltarei a minhas sobrinhas escrevo 4 regras em recompensa das Largas relassõis que recebi a quẽ mandão sua tia E primas


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