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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1792. Carta de Mariana Teresa para a sua irmã, Maria Angélica.

ResumoA autora conta à irmã como ficou desamparada e como vive por favor em casa de uma senhora. Pede-lhe ainda que a ajude e a mande buscar.
Autor(es) Mariana Teresa
Destinatário(s) Maria Angélica            
De Portugal, Braga, Telheirinho de Sta. Catarina do Monte
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Segundo o processo, Gregório José Machado era sombreireiro, filho natural de Pedro Machado e de uma mulher de nome Rosa, casado com Maria Teresa de Almeida moradora no Montinho de Arcos, freguesia de S. Vítor da cidade de Braga. Sendo viva a primeira mulher, casou de novo com Catarina de Jesus, natural de Mazagão. Ao que consta, terá sido feita uma diligência para averiguar a acusação de bigamia, e dela resultou o conhecimento de que Gregório José Machado já teria cumprido dois degredos pelo crime de latrocínio, e que quando voltou do segundo degredo, levou com ele três filhos para Lisboa, onde veio a falecer. Procurando saber em que freguesia ou hospital falecera, descobriu-se que tinha uma filha, Maria Angélica, que disse que o pai costumava escrever-lhe, mas que já não o fazia havia pelo menos quatro meses. Disse também que havia pouco tempo tinha recebido uma carta da irmã Mariana Teresa (a carta que se encontra aqui transcrita), mas que não sabia se era verdadeira ou não. Mais tarde, um dos filhos confirmou tudo, incluindo a morte de Gregório José Machado.

Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita em três faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra, Cadernos do Promotor
Cota arquivística Livro 418
Fólios 345r-v, [345a]r
Transcrição Leonor Tavares
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2008

Page 345r > [345a]r

Mana do CoraCão estimarei q estas duas Regas haxem a vmce Com Prefeita saude em ComPanhia do meu Conhado dos manos e de todos de caza Mana do Coracão sebera q me haxo no maior dezemParo q nemgem se quira ver pois não tinha abrigo de Pai Pois ele he morto nem de nigem tem abrigo Pois atonio dis q se eu quizese escrever q escrevese Pois ele esta em huma caza de miai emPrestada Pois ela fiCou Por irdeiRa testamenteira de tudo quanto o Pai tinha e a mim dezidarme nim em mi me falou asim estava tordozido Por ela q me não



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