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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1797. Carta de Manuel Joaquim Ribeiro da Silva, [padre], para António Lopes Paulo, abade.

ResumoManuel Joaquim Ribeiro da Silva escreve a António Lopes para o informar dos dizeres heréticos de Luís Pinto Varela.
Autor(es) Manuel Joaquim Ribeiro da Silva
Destinatário(s) António Lopes Paulo            
De Portugal, Guimarães
Para Portugal, Guimarães, Santo Tirso de Prazins
Contexto

Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros.

Suporte duas meias folhas não dobradas escritas em ambos os lados.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra, Cadernos do Promotor
Cota arquivística Livro 412
Fólios 124r-v
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Rita Marquilhas
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2008

Page 124r > 124v

Rmo Sr Abbe

Estimo q Vmce logre saude com todas as felicides as quaes Ds lhas conceda pa augmto espiritual da sua I-greja, e se servir da minha pa tudo o q for do seu agrado Hoje faz oito dias, q conversando com o Me Dor Fr Francisco de S Damazo, viemos a falar nos sermoins, q me disse pregava as Domingas em S Frco como elle he estimado dos Cavalheiros da terra, hum delles pedio-lhe não falasse em Fidalgos; rimos mto com a proposta e pe-dilhe q falasse em coizas da Fe, pa rebater, e confundir estes modernos coimbrenses etc e conteilhe huma passa-ge, q tive com hum delles, q falou mto mal, o q me parecia por modo de argumto; q por isso o não denunciara ao sto Of-ficio: falei-lhe nos pontos, ou algums pontos, q o tal ra-paz disse, ou argumentara, disse-me q sempre se devia de-nunciar: e era, q as excomunhoins não valião nada po-is era jogo de palavras, e por isso lia pellos livros q lhe pa-recia; q era melhor o indiferentismo da Religião; q o sto Officio tinha as rendas dos q condemnavão, pa criarem somte Barriga; e parecia q dizia q não acertava a Igreja na elei-ção dos Papas, pois ja succedeo haverem tres Papas jun-tamte etc elle mtas mais coizas palrava, mas como nestas coizas de condemnar o proximo sempre se deve fazer, e proceder com mta clareza, Vmce la determinará o que mais lhe parecer razão; q cazo succeda hirem-no procu-rar, como elle he mto sabio naturalista, pois formou-se em Filozofia, parecia-me q era bom hir o tal Fr Franco q he bom Filozofo, e Doutor em Theologia, q tambem me contou tivera outro encontro com hum semelhante



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