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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1822. Carta de Álvaro José Xavier Botelho, Conde de São Miguel, para João da Rosa Leitão, negociante.

ResumoO autor pede a João Leitão que lhe envie umas apólices para concluir um negócio.
Autor(es) Álvaro José Xavier Botelho
Destinatário(s) João da Rosa Leitão            
De Portugal, Lisboa
Para S.l.
Contexto

O Conde de São Miguel tinha uma dívida para com João da Rosa Leitão, relativa não só a dinheiro, emprestado para arranjos e urgências da casa, mas também a benfeitorias feitas no seu Palácio de Arroios. Como pagamento de parte desta dívida, o conde cedeu a João da Rosa vinte e nove apólices do primeiro empréstimo, no valor de 5.421.150 réis. O devedor declarou ainda que as apólices pertenciam a um vínculo que ele administrava e que já havia requerido pela estação competente a sub-rogação das mesmas pelas benfeitorias do seu Palácio, nas Fontainhas de Arroios. Verificada a dita sub-rogação, ficaria pela mesma escritura verificada a cessão e trespasse das ditas apólices, que foram logo entregues ao suplicante. O conde mandou então pedir as apólices a João Leitão, e este entregou-as ao seu procurador, António Roberto, como consta do recibo, no verso da mesma carta. Assim que o conde as obteve, foi logo vendê-las a várias pessoas, incorrendo no crime de burlão, abusando da boa-fé do suplicante, em seu grave e notório prejuízo.

Suporte meia folha de papel dobrada, escrita numa das faces
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 258, Número 10, Caixa 666, Caderno [1]
Fólios 11r
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Sandra Antunes
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Page 11r

Sr João da Rosa Leitão

Meu amigo e Sr Estimo que passase bem a noite: presiso que vme me mande as appolices a fim de ver se hoje posso concluir o negocio, que se fassa a Escritura, e se lhe ponhão as verbas, e pertence nas appolices a mim para eu ao despois as endoçar a vme: não tenho descançado neste negocio tanto por interesse seu, como meu, pois estou sem real, se tem algum dinheiro ou pouco ou mto mandemo, e amanhaã faremos contas, e logo que as appolices estejão promptas as levo a vme

amigo do C Conde de S Miguel 20 de Dezero 1822.


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