Representação em facsímile
1760. Carta de Manuel Borges Pimentel, arrieiro de tropa, para seu pai, Eugénio Pimentel, capitão.
Autor(es)
Manuel Borges Pimentel
Destinatário(s)
Eugénio Pimentel
Resumo
O autor, lamentando-se da sua sina e de estar distante dos pais, implora pelas suas bênçãos e prepara-os para a receção de notícias menos afortunadas; descreve diversas peripécias por que passou desde que chegou ao Brasil, confessa ter desobedecido às ordens do pai e anuncia ter casado em Goiás.
Filho de são Paullo que
tinha hido buscar porvisaes
pa ser capellão de huma igerja em
goiazes co
mo Eu me via
perseguido de ssoldados não
tive rremedio senão fazer viagem com o di
to celrigo por seu sancristão mais pello cam
inho fazia
o que se caresiá sahindo do Rio
de jáneiro foi deus
servido a que me rouba
sem e mais ao dito
Pe que fiquei só com a ca
mizá no corpo
e vestia e chapeó que o mais tu
do nos furtarão outo negois fugidos
que
andavão pellas estrada Roubando e mata-
ndo: de que demos
mtas grasas a Ds
escrap-
armos com a vida emte a são paulló
pois
viemos fazer parada ahi na caza do dito
Pe
e gastarmos do rio a
São Paiullo
23 dias por te
rra e sinquo dias por mar e
Eu semper a pé
porque o Pe não tinha mais que
hum cavalo
pois por cá sam mtos caros estando nos
pa vri
pa
guiazes compor o
Pe cavallos pa
trazer os
seus trastes e compormé Ropá pois andava
Nú e comporme hum
cavalló pa Eu segri via
gem com elle e como o caminho hé
mto Lonje
que gatamos dois Mezes semper a
andar com
er pella minha No pozó feijão com tousinho
andar todo o
dia emte a noite e tornava a com
er feijão com toisinho agua andavasé
dias
e dias que se não bebia senão cuando se pasa
va por algums
Ribeirois ou Rios canpos mtos
compridos que
quanto mais se andava mto
mais se via a perder de
vista não se vé mais