Representação em facsímile
[1617]. Carta de Alonso Carrillo de Albornoz, comediante, sob o nome falso Martim Lopes, para Fernando de Ataíde Vasconcelos.
Autor(es)
Alonso Carrillo de Albornoz
Destinatário(s)
Fernando de Ataíde Vasconcelos
Resumo
O autor tenta cobrar dinheiro ao destinatário, dando-lhe a alternativa de o ir angariar junto de terceiros.
Con seu Dinheiro de V m mas creo
que he muito pouco pois Para duas mulas
não ha;
e ja que cai em tam ma Reputacam
com V m eu lhe darei Para que faza um
Contrato com aquelle
homem V m já sem pe
rigo ninhum justo a seu gosto de que fique
satisfeito e não me de Dinheiro
e despois
me dara Dous mill cruzados para que eu
me posa curar e estar esperando minha vin
tura e
V m Podera por ai fazer o que qui
ser, e dizer V m que ten dado muito e não
visto nada
Comfesolhe que tem gostado mas
das tres cousas q V m me emcarrego agora
nos ultimos
Dias quis mais Ver seos Cava
los que velas e se V m se alembra sempre
ficou Por V m o não se
ter feito ate agora
e lembrolhe que não sam falas de tan gran
de Principe Diçer que tem gastado pois
save
as neçesidades q tenho pasado
quatro meses ha que Pudera eu aproveitarme
de muitas mãos
e tomar Dinheiro dellas que
por pouco que forão estivera Vistido e oje
estou dispido e com tam pouco
credito com V m
que não uso Comfiar de mi çem cruzados me diz
que faz muito bem de descomfiar
Pase embo
ra que alguma hora savera V m que não sou
Vilão // os
te e dois Covados de tafeta já
lhe dise a
V m que são mister e para que não
Repare em cinco tostoins quem gasta tanto
que mais importa uma
Vontade desta mulher
qdo a havemos mister que tam çivil dinheiro