Representação em facsímile
[1824]. Carta de Cândido de Almeida Sandoval, publicista, dirigida a um juiz não identificado.
Autor(es)
Cândido de Almeida Sandoval
Destinatário(s)
Anónimo12
Resumo
O autor protesta em relação às injustiças de que é vítima e pede que o destinatário, provavelmente o juiz do seu caso, decida aplicar-lhe um indulto de Sua Majestade de que outros já beneficiaram.
Assim Illmo Senhor, minha sorte achando-se pendente
das rectas decisões de VaSa espero que VaSa se servirá tomando em conside
ração, não só qto deixo esposto, como tãobem as Regias e
benignas intenções do Monarca, q por sua incomparavel cle
mencia se dignou perdoar a alguns Réos cujos cri
mes politicos erão tanto mais aggravantes, por isso que se a
chavão provados:
pois dis o Aviso junto: " Foi S M ser
vido resolver, que, os Réos que além de suas opiniões politi
cas pronomciarão comicios contra a Familia Real lhes possa
appresentar o Indulto concedido pelo Decreto 77.º Meu atroz
denunciante, verdade é, não me acusou, de haver pronunciado esses
comicios; mas sim de havellos escrito, o que é o mesmo no es
pirito da Lei:
mas ao contrario provada q seja a falcidade da denuncia e
por consequencia reconhecido
o dólo e malicia do denunciante; não deverião gozar
, do mesmo Indulto de que gozaria se culpado .
Entrego a Judiciosa decisão de VaSa estas
naturezas consequencias que , a razão demonstra e equi
dade ( qualidade das Almas rectas) indica em favor dos desgra
çados; bem persuadido q VaSa se dignará indagar es
crupolosamte minha cauza pa me permittir gozar dos Regi
os beneficios que nosso Augusto Monarca concede a esta Na
ção de Portugueses, que S M ordena sejão postos em liberdade rendidos
a si mesmos, e a seus deveres.
Portanto, se esses crimes politicos de q sou accusado se me
houvessem provado, ja estaria perdoado pelo Indulto de S M
e seria posso em liberdade; mas