Autor(es) |
Rodrigo da Fonseca Magalhães
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Destinatário(s) |
José da Silva Carvalho
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In English
| Letter from Rodrigo da Fonseca Magalhães, a former secretary of the governor of Pernambuco, to José da Silva Carvalho, the secretary of justice. The author asks to resign from his role of spy. He had been previously recruited by the addressee to help to stop the conspiracy against the liberal cabinet. In 1822, in the aftermath of the liberal revolution in Portugal, the suspects of a counter-revolutionary coup were prosecuted by the Royal justice. The official version of the coup was described in the 'Diário do Governo' (Cabinet Journal) as the act of «evil anarchists and ambitious conspirators who wanted no less than barbarically cover with blood our happy Regeneration, put our Homeland in mourning, depose the King and take down the House of Deputies ('Cortes')». Five suspects were immediately arrested: Francisco de Alpoim e Meneses, a businessman, Januário da Costa Neves, a knight of the Order of Christ, officer of the Military Ministry of the Army, Manuel Ferreira, a footman, and João Rodrigues da Costa Simões, an apprentice printer.
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Illmo e Exmo Snr Tenho a honra de participar a V Excia que hoje
fui a casa do Neves ás 11 da manhãa, e ali
achei o padre Rebello, que me olhou com de
masiada attenção, e fez ao primeiro acenos cu
ja significação eu não pude entender. Não
me foi portanto possivel entrar no conheci
mento do projecto em que o dito Neves e Alpoim
estão de mandarem imprimir huma procla
mação; digo da hora que escolhem para isso;
pois ja resolverão não imprimir, por muito lon
go, o Dialogo das Estatuas. He verdade que hon
tem me assegurarão que se imprimiria de hoje
para amanhãa; mas podia haver qualquer
motivo que obstasse a isso.
Tencionei pois voltar ao anoitecer; e assim o
fiz. Achei só Neves, que me disse não ser pos
sivel fazer-se esta noute mais do que a com
posição, por não haver tempo bastante para o
resto; e que disto mesmo ja tinha dado par
te a Alpoim, o qual conviera em differir a
impressão para amanhãa á noute.
Eis aqui o estado deste negocio, que na verda
de entendo não se dever deixar progredir; e sobre
isto peço a V Excia licença para fazer algumas
observações.
Não creio, por muitas razões, que estes ho
mens tenhão segurança de que eu coopero ef
ficazmente para o fim que elles se propõem.
Tem-me pedido que alicie gente, o que eu não
só não farei de maneira alguma, mas até
me opporei sempre a que elles proprios o fação
como até hoje tem soccedido; pois ainda Alpoim
e Neves me não fallarão em homem, que
chamar (e muitos hão sido) de que eu lhes