Representação em facsímile
1727. Carta de José de Moura, mestre de gramática, para [um membro da Inquisição de Coimbra].
Autor(es)
José de Moura
Destinatário(s)
Anónimo343
Resumo
José de Moura escreve da prisão uma confissão e pede misericórdia
e Mais Comfeso e acuzome que tinha Comverças Com
hum engles q blafamava e dezia mtas palavras
Contra a nosa Sta fee e eu lhas ouvia e consentia
em tudo no que elle dezia por me não por com elle a
defendella por eu ser emCapAs emCapas diso
e elle ser hum homem q parecia ser doudo
e por alguas palavras que eu ouvia deste tal
faramengo emtendia que elle Cuidava que eu
queria viver na lei em que elle falava
no que se enganava Como doudo q me parecia
E Chamandome este varias vezes a sua caza me de
zia que elle queria governar o mundo e que
deos no seu e elle na terra e me não fiace eu
no pe santto q hera hum homem emgana
dor e que se eu quizece viver na sua lei que
elle apontava que foce a sua caza que elle mo
deria e eu comfeço que lhe ouvia tudo e me
deixava ficar donde elle por me ver Calado
Cuidava que eu ficava pello que elle dezia
e o que tudo aqui Comfeço ter ouvido mas
deClaro que não ofendia a Sta fee e todas
as mais couzas q ouvi q me não Lembra todas
aqui ei por expresas e declaradas Como que
se de cada hũa dellas fizera expacifica men
sam e de tudo o que tenho ouvido emthe o dia
de hoje peso a VSa mizericordia pois em
nada disto concentia pa ofender a Sta fee
E declaro que o tal emgles Chamavan Joam
Listau
hoje
portto
17 de setbro de 727 a
Eu me asigno; com o meu signaL
Jozeph de Moura