Resumo | O autor pede ao destinatário que o esclareça sobre se deve aconselhar ou não uma freira a denunciar outra à Inquisição. |
Autor(es) |
António da Piedade
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Destinatário(s) |
Anónimo514
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De |
Portugal, Moncorvo, Torre de Moncorvo |
Para |
Portugal, Coimbra |
Contexto | Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros. |
Suporte
| meia folha de papel escrita em ambas as faces. |
Arquivo
| Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository
| Tribunal do Santo Ofício |
Fundo
| Inquisição de Coimbra |
Cota arquivística
| Caderno 56 |
Fólios
| 206 r, v |
Transcrição
| Leonor Tavares |
Revisão principal
| Cristina Albino |
Data da transcrição | 2008 |
Meu Amigo e meu sr grde novide lhe fara a VM huã Car-
ta minha porq conhecendo a minha obrigação justamte estranhara o ter
faltado a ella, mas attendendo as ocupações de VM entendi era milhor
q formase o conceito do meu descuido, q da minha parte, sempre deso
a VM huã perfeita saude,e agora mais : porq as honrras
q devi a VM na Universide se augmentarão em Vizeu nas q recebi de
seu Pai e do sr Maltis seu Irmão peco a VM q qdo lhe escrever me
ponha a seus pes: quem me disera em algum tempo q o sr Bento
Pais me havia de tirar os meus escrupolos, e pa salvar a minha
conçiençia he o caso:
Vindo ao Convto do Tojal me comunicou hua religa (não em
confisão, porem em segredo) q huã Freira do mesmo Convto q fora pe-
nitenciada pelo s offo estando outra moribunda fisera o papelinho
q remeto incluso, e como a doente morrera, puzera o sobreescrito q
VM tãbem verá; entrei em duvida se estava obrigada a denunciar
fundado no Edital q manda se denunciem os q sentirem mal do recto
proçeder e como esta freira teime na sua innocençia pedi a religa q
me comunicou a duvida licença e o seu nome pa denunciar no caso q
fose neso tudo me deu e se chama soror Margarida Roza de s Ma não
pedi o nome da penitenciada porq be sabido he meza e suponho q
sua letra tãobem he conhecida; este o caso, se VM entende obrigação
de dnunciar por esta carta o faço em nome da religa ou a farei
outra forma como VM me ordenar, e pode remeterme a reposta