Representação em facsímile
1571. Carta de Diogo Lopes Serralvo, ferreiro, para a sua mulher, Maria Álvares.
Autor(es)
Diogo Lopes Serralvo
Destinatário(s)
Maria Álvares
Resumo
O autor dá à mulher a notícia de que a filha de ambos foi presa pela Inquisição. Relata a sua consternação e põe a destinatária a par das providências que já tomou, aconselhando-a a manter a esperança.
/ he tornamos ao prãto de novo louvores
a noso snor he ay hestive duas horas
hem q veyo muỹta gemte he day fomos
a caza de baltazar rodrigues he torna
mos ao choro de novo de maneyra q todo ho
dya he noyte ate aguora q vos hescre
vo esta com lagremas sem hembarguo
q hesperamos hem noso snor de ter
bom lyvramento hõte pela manha
fuy a nosa snora da grasa he mãdey
dyzer hua mysa q ma quizese lyvrar
he a nos tambem dovos novas q toda a
sidade hesta muỹto pezaroza de sua
pryzam porq nos dyzem q ho barza
lay o coxo a foy aquzar porq a muỹtas
testemunhas q lhe ovyram dyzer q avya
d aquzar dyzemdo q hua raparygua de be
ja que morava debaxo dos arcos q se hes
comdya por lhe nã dar hesmola quãdo ho
vya de maneyra q dysto a muytas teste
munhas quẽ prometya de lhe fazer deytar
hum abyto asi snora q não vos aguasteis
porq ho casireyro he muyto grãde amiguo
de baltazar rodrigues porq a noyte q a prem
deram lhe mãdou fazer hua cama he le
var ho menyno he o berso he quheyros