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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

[1545-1546]. Carta de Francisco Dias para Bartolomeu Garcia.

ResumoO autor dá instruções sobre negócios.
Autor(es) Francisco Dias
Destinatário(s) Bartolomeu Garcia            
De [Guiné, São Domingos, Cacheu]
Para [Cabo Verde, Ilha de Santiago]
Contexto

O réu deste processo é António Fernandes, preso pela Inquisição em 1548. Em 1546, António Fernandes, cavaleiro do Infante, piloto e feitor, chegou ao rio de São Domingos (Cacheu, Guiné), ao porto de “Bugendo”, e, fingindo ter poderes do Santo Ofício para esse fim, prendeu Manuel Garcia, o feitor anterior, apreendendo toda a sua fazenda. Manuel Garcia denunciou António Fernandes, já que na verdade este não tinha poder para o prender, e apresentou entre as suas testemunhas os autores e o destinatário das cartas PSCR1207 a PSCR1210 (Francisco Dias, Diogo Lopes e Bartolomeu Garcia). António Fernandes, por seu lado, apresentou estas cartas para demonstrar os laços de amizade existentes entre o denunciador e estas testemunhas, que ele afirma serem suas inimigas. Pretendia, assim, invalidar as suas declarações. António Fernandes apresentou também as cartas PSCR1211 e PSCR1212, que ele próprio enviara a Pedro Carrilho, para demonstrar que havia um conflito entre ambos e, deste modo, anular o testemunho desfavorável de Pedro Carrilho. Analisadas estas duas cartas, concluiu-se que, para além de a letra dos envelopes possivelmente não corresponder à do corpo da carta, elas tinham sido escritas depois de Pedro Carrilho ter testemunhado contra António Fernandes, pelo que não foram consideradas. No processo de António Fernandes alega-se, entre outras acusações, que, uns dias antes de ele chegar ao Cacheu, Manuel Garcia andara às "bombardadas" com um João Álvares Chaquinho e matara no dito porto três homens brancos e um filho do alcaide da terra, e uma negra fidalga e outras pessoas. Além disso, andara levantado e tinha danado o trato de el-rei. No entanto, como António Fernandes não tinha poderes do Santo Ofício para prender Manuel Garcia, em dezembro de 1548 ele mesmo foi condenado a dois anos de degredo, sendo-lhe dada ordem para lhe entregar a fazenda que apreendera.

Suporte uma folha de papel dobrada escrita em ambas as faces do fólio 21.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 801
Fólios 21r-22v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2300683
Transcrição Teresa Rebelo da Silva
Revisão principal Fernanda Pratas
Contextualização Teresa Rebelo da Silva
Modernização Fernanda Pratas
Data da transcrição2016

Page 21r > 21v

sor

Rsi a sua pla quoall vy o que me esprve e quãto ao que diz de do Riz passei sob iso grandes baixos da manra q vollo cõtara bras fez q diz q lhe deu o seu cto e q ãdase a recadar a çertidão que o pagara e visto tenho que dizer mais e quoãto he ao cão de vte vaz pa fallar ao ftor a iso me atrevo porque os são de se cousa q eles avãte sou crto que o aja pq de me perder a vgonha plo que ja vi fallar nese cão e qãto ao navio la vay disẽ vte vaz q dara diso Rezã de vos se fazerlhe pitos cada dia o ha de fazer e milhor e agoardando plo navio q ho navio p vos e la vay a q pediu e quaoamto he a alegalla q la tem de que me fez merçe e mo mãdou dizer



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