Representação em facsímile
1620. Carta de António de Castro Pinto, cirurgião, para Francisco Luís, arcediago.
Autor(es)
António de Castro Pinto
Destinatário(s)
Francisco Luís
Resumo
O autor suplica o perdão do destinatário. Pede-lhe que o castigue, sim, mas de uma maneira não pública. Está em causa a perseguição que o autor fez aos cristãos-novos de Argozelo.
q fojia nos rimos disso logo o jũiz de
sua coriusidade se foi en quasa doutro e vendo
q fojia en quamissa estãodo na rua nos possemos
a rir per onde eles ẽtenderão a velhaquaria e
se forão en quassa do pe chamallo e juntos se forão
a nossa poussada onde nos estavamos rindonos da
borachada e vendo seu animo pa q me não conheçesen
me aussentei per hũa porta fallsa p onde foi neçessario
deixar la a egoa cõ allgun fato logo se forão a outro
fazer queixume e mãodei busquar a egoa e disserão
q se Vm a mãodasse dar a darião per coãto foi embar
gada naquele acto; Ora Vm me a de Valer pois o pode
por quen Vm e e e pelo tenpo en que estamos pois Xpõ
perdoou a quen o acussara e pedia ao pe eterno lhe perdoase
vm deve ussar comigo de mesiricordia e veja q tenho
cinquo crianças e pobre q se Vm vai comigo o quabo
e por minhas fas per portas e fiquar desonrado
e veja Vm q o q se fez não foi mais q por risso e
zonbar dos judeus q bẽ zonbarão de xpo deixãodo
contas o q peço a Vm e q se lenbre de minhas crianças
pois eu não tive sisso pra rejer q coãodo cuido no
q se fez pasmo Vm me olhe cõ olhos de miseri
cordia e me valha pois pode valerme não suõ o
portador por me não atrever cõ vergonha pareçer
mos tenho cõfiança pois Vm en tall feito