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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1775. Carta de Manuel José Ferreira Grelho para João da Silveira Pinto e Brum da Fonseca.

ResumoO autor pede ao destinatário instruções sobre a posição que deve tomar no processo contra Mécia Margarida de Figueiredo Castel-Branco Morais, declarando-lhe a sua amizade e o propósito de o ajudar.
Autor(es) Manuel José Ferreira Grelho
Destinatário(s) João da Silveira Pinto e Brum da Fonseca            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Porto
Contexto

Processo relativo a Mécia Margarida de Figueiredo Castel-Branco Morais, de 39 anos de idade, movido por João da Silveira Pinto e Brum da Fonseca, seu cunhado, casado com a sua irmã, Isabel Rita da Câmara de Figueiredo e Altro.

O suplicante teria anteriormente pretendido casar com Mécia Margarida, filha primogénita e herdeira de seu pai, que recusou o pedido de casamento por desejar casar com outro pretendente. João Correia da Silva, sogro do suplicante, acertou o casamento de João da Silveira Pinto e Brum da Fonseca com a sua segunda filha, Isabel Rita, doando-lhe alguns bens para o dote. Considerando-se lesada, Mécia Margarida terá procurado anular a escritura de doação dos bens à irmã, bem como apressar o seu casamento com António de Sousa Freire a fim de receber a herança por inteiro, o que revoltou o cunhado. No entanto, um primeiro pretendente de Mécia Margarida, Manuel José Ferreira Grelho, autor da presente carta, terá conseguido impedir o seu casamento, apresentando cartas trocadas entre ambos, de teor obsceno, que comprovavam a sua relação.

A conduta imoral da cunhada e ainda a gestão danosa que alegadamente esta fazia da herança do pai levam João da Silveira Pinto e Brum da Fonseca a exigir o seu recolhimento no Convento de Arouca para se corrigir do seu mau comportamento.

Suporte meia folha de papel escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Ministério do Reino
Fundo Requerimentos
Cota arquivística Maço 954
Fólios [20]r
Socio-Historical Keywords Catarina Magro
Transcrição Leonor Tavares
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Catarina Magro
Data da transcrição2016

Page [20]r

Snr João da Silvra Pinto e Brum

O Sr Me Fr Joze da Silvra me mostrou a carta de VS, e nela vy a rezão q dava por me não responder à minha, e hoje me dice o mesmo sr q escrevia a vs comonicandolhe o q com elle passey a vista da carta q hoje tive do vigro da se de Lamego. Devo dizer a vs q ninguem mais do q eu o dezeja servir neste particular, e creio o tera exprimentado porem as couzas se vão apertando de forma q me obrigão a dizer sim ou não; Eu ja dice ao Pe Me Fr Joze da Silvra os meus sentimentos, e a vs lhe pesso q em reposta desta me diga os seus, porq se não poder deixar eu de o fazer quero saber primeiro a vontade de vs porq a não a ter quero no principio darlhe o remedio porq se eu por aquele motivo não hey de ter a amizade de vs, desde digo q nada quero, e com o seu avizo cuidarey em dezembaraçar tudo com veras como costumo qdo asim o faço, tanto pa a brevide do seu Cazamto como pa o dezembaraço das contas com q a caza esta, se lhe merecer resposta seja sem perda de tempo em direi-tura a mim prq o seu mano recebe as suas cartas mais tarde, e com o seu avizo farey o que me detreminar. Dezo a vs hua completa saude e mtas ocazioens de lhe obedecer. Ds ge a VS Lxa e de Junho 24 de 1775

De vs Mto venor C Manoel Joze Frra Grl


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