PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

CARDS8063

1817. Carta de José Maria para Raimundo.

ResumoO autor avisa o destinatário de que está a ser procurado; aconselha-o a fugir.
Autor(es) José Maria
Destinatário(s) Raimundo José Pinto            
De S.l.
Para S.l.
Contexto

Raimundo José Pinto, natural de Lisboa, fabricante de sedas, casado com Joana Maria, filho de pais incógnitos (enjeitado da Roda de Lisboa), de 40 anos de idade (em 1811), foi preso pela devassa de fabricação de moeda falsa a 17 de Junho de 1810, na vila de Vouzela do concelho de Lapões. O réu esteve preso nas cadeias da cidade de Aveiro e foi depois transferido a 16 de Janeiro de 1811. Várias outras transferências de cadeia se sucederam. As cartas foram encontradas numa busca e achadas num bolso, juntamente com cinco moedas falsas. Uma dessas moedas mostrava na altura ter sido fabricada havia pouco tempo. No palheiro onde o réu parecia ter dormido e acendido lume, foram encontradas duas formas de gesso nas quais fabricaria as ditas moedas. Foram encontrados também vários outros objetos que serviram de prova do crime, de entre os quais a colher de ferro em que derretia os metais, um alicate, uma lima, vinte e seis pés dos ouros que havia feito, vinte e seis bocado do metal já derretido. Todos os objetos foram identificados como seus, à exceção da lima, que foi identificada por uma das testemunhas como sendo sua.

Este caso tem ainda a particularidade de contar com a existência de uma carta enviada ao Corregedor da cidade de Aveiro em que se explica como funcionava a fabricação de moeda falsa. Diz-se que as moedas eram feitas com cobre por dentro e estanho por fora e que depois era passada uma areia especial para lhes dar a cor da prata. Os materiais utilizados teriam sido fornecidos por várias pessoas e o réu teria em tempos estado alojado em casa do prior Luís Inácio Monteiro Rebelo de Sousa, o qual seria um dos mandantes. Apesar de ter sido condenado e de ter passado vários anos em prisões diversas, o advogado do réu alegou que não houve uma única testemunha que dissesse que tinha recebido ou trocado dinheiro falso com ele. Em sua defesa é dito também que o réu estabeleceu na cidade do Porto uma fábrica de estamparia e de manufactura de tecidos de toda a qualidade de algodões, bem como várias tinturarias, manejando um grande negócio que lhe dava grandes rendimentos e sendo conhecido como honrado e de bom procedimento. Diz-se ainda que sabendo o réu a notícia de que o inimigo francês tentava invadir a cidade do Porto e querendo mostrar-se fiel e bom patriota, foi dos primeiros a oferecer-se para as trincheiras, comprando inclusivamente pólvora e balas com o seu próprio dinheiro para fazer fogo ao inimigo. Com a invasão dos franceses perdeu tudo (casas, teares, etc.), e por isso foi cobrar dinheiro aos seus devedores em várias cidades, acabando por ser acusado de falsificador de moedas nas cidades em que esteve.

Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra L, Maço 13, Número 5, Caixa 28, Caderno 4
Fólios 4r ‒ 5
Transcrição Cristina Albino
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Cristina Albino
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

O script do Java parece estar desligado, ou então houve um erro de comunicação. Ligue o script do Java para mais opções de representação.

Ao Snr Compe Raim undo a qm Ds ms ans por mam propria Snr compe

Ca resebi a sua de que mto estimei de ouhir notisias suas por saver que lograva felis saude que a ma he Boa Ds Loubado pa sempre snr eu bou a dizer a vmce que a rita por a eu reprender de algumas coizas foise emBora de ma caza e amansebouse com hum nuviço do rigimento numaro 15 esta no Beco de Santa Ma de caza e pucarinho o fato que vmce manda pidir dis que o vendeo iso não poso eu dizer o que lhe ela fes pois o que ela tinha em minha caza esperou que eu sahise e a noite pr fora esta tudo reconhido e atirou da ginela aBaixo com tudo o que tinha em minha caza e albarde emte aguora e a carta mandeilhe e foi tam Bebda que dise que a reposta he a mesma carta que vmce lhe mandou não fes cazo dela e o fato ela inda o tem em seu puder inda não vendeu nada e o chapeu inda esta no ispital snr o Luis nada de que vmce me mandou dizer nada foi pa mim nem diso fui savedor pois o tal Luis si acha na Cadeia da portage pois se pos a guguar com os suldados adonde Manheseram o contravando e luBaram prezo a prezensia do juis do crime inda esta no sogredo estimarei que vmce se acautele que andam em sua procura e que venha a esta tera com seguransa visto ter tam bom padrinho e asim fasa vmce o q milhor lhe for conbiniente e aDs emte a vista deste seu compe e amiguo que mto lhe qr e deza Joze Maria ahi lhe remeto os cais pois mo manda pedir


Legenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Guardar XMLDownload textWordcloudRepresentação em facsímileManuscript line viewPageflow viewVisualização das frases