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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | O autor pede a um ex-companheiro de cela que faça chegar roupa a outro companheiro. |
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Autor(es) | António de Castro |
Destinatário(s) | João Leitão |
De | Portugal, Évora |
Para | Portugal, Évora |
Contexto | António de Castro estava preso nos cárceres da Inquisição de Évora, acusado de judaísmo. Segundo a Inquisição, não obstante o seu estado, usou de estratégias que lhe permitissem contornar a vigilância dos guardas e o segredo a que era obrigado, comunicando-se com outros. Certa vez, recorreu a Manuel Gonçalves, seu antigo companheiro de cela, aproveitando-se do facto de este ir ser transferido. Manuel Gonçalves, homem mulato por parte da mãe, fora capelão da Sé de Portalegre e teria usado da sua proximidade para com vários estudantes e meninos de coro (todos menores de idade) para efeitos de sodomia, a troco de "um faqueiro e uma caixa de marmelada" (fl. 7r). Foi transferido da cadeia de Portalegre para os cárceres da Inquisição de Évora e dali passou à cadeia pública da cidade, uma transferência aproveitada por António de Castro para que lhe fizesse o favor de encaminhar um bilhete (PS1027) em janeiro de 1598. O destinatário era o ex-companheiro de cárcere, João Leitão, à data dos acontecimentos já reconciliado. Estando, pois, Manuel Gonçalves na cadeia da cidade, foi João Leitão ali visitá-lo, ocasião em que lhe entregou o recado de António de Castro, com quem mantivera correspondência por diversas ocasiões "em cousas de mercancia". Sucedeu, porém, que João Leitão participou o caso aos inquisidores, a quem entregou o papel. Em audiência perante o inquisidor e questionado sobre a proveniência do material de escrita usado por António de Castro, Manuel Gonçalves revelou que o papel "era dos que lhe davam embrulhado nos adubos e que a tinta era de carvão e a pena de galinha. Asseverou não ter presenciado o ato de escrita e não existir outra qualidade de papel que entrasse nos cárceres. Não estando convencidos, tornaram a inquiri-lo sobre se António de Castro não teria consigo papel limpo e como teria aparado as ditas penas de galinha. Respondeu que "no cárcere se costumam aparar com as tesouras que se costumam dar aos presos para se tosquiarem". |
Suporte | um terço de folha de papel da carta escrita no rosto |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Tribunal do Santo Ofício |
Fundo | Inquisição de Évora |
Cota arquivística | Processo 6841 |
Fólios | [151r] |
Transcrição | Ana Leitão |
Modernização | Catarina Carvalheiro |
Anotação POS | Clara Pinto, Catarina Carvalheiro |
Data da transcrição | 2013 |
dar
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